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RACISMO USP | USP: PM racista enquadra outro diretor negro do SINTUSP

Dessa vez, o alvo da abordagem racista da Polícia da USP foi o Diretor negro do SINTUSP, Marcelo Pablito, também Diretor da Secretaria de Negros e Negras e Combate ao Racismo.

sexta-feira 4 de agosto de 2017 | Edição do dia

Já não é a primeira nem a segunda vez que essa força policial tem atuado dentro da Universidade ameaçando e perseguindo ativistas estudantis e sindicais, além de abordar e provocar, nas entradas que dão acesso à USP pela comunidade São Remo, todos os estudantes e trabalhadores que eles acreditem ser “suspeitos”, cujo único critério de seleção que os assemelha é o fato de serem negros. Há cinquenta (50) dias o trabalhador negro e ativista do Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP),Zelito, foi algemado e levado arbitrariamente pra Delegacia por essa força policial intitulada Koban (Polícia Militar que atua na USP sob a máscara de “polícia comunitária”). Zelito estava voltando do almoço com o uniforme de trabalho!

Assim como Zelito, Marcelo Pablito é negro e ativista sindical. Há vinte (20) dias a justiça julgava improcedente o pedido da Reitoria da USP de demissão por justa causa de Pablito por participar de manifestações em defesa dos trabalhadores e pela aplicação de cotas raciais na USP. Essa derrota da Reitoria serve de ponto de apoio para exigirmos também o arquivamento do processo de Zelito (coincidência!?), ameaçado de demissão pela Reitoria pelos mesmos motivos do Pablito.

Como contra-cara da sua política de falta de diálogo, o novo Reitor da USP, Marco Antonio Zago, tem utilizado da militarização das relações institucionais e da repressão a qualquer manifestação contrária aos seus posicionamentos. Essa Universidade policialesca e a atuação cada vez mais persecutória e arbitrária destes policiais militares contra os trabalhadores s e estudante da USP, em especial as/os ativistas e as/os negros, já foi denunciada para ao Chefe de Gabinete da Reitoria, que até o momento não se pronunciou e tampouco algo foi feito.

Precisamos parar com essas arbitrariedades dessa falsa “polícia comunitária”, que tem atuado na USP conforme toda a Polícia Militar atua no Estado de São Paulo: com racismo, violência contra pobres e repressão aos movimentos sindicais, sociais e estudantis. O escândalo é que estes policiais permanecem cotidianamente dentro da Universidade e possuem acesso aos dados de todos os estudantes e trabalhadores, tendo a possibilidade de perseguir, ameaçar e reprimir ativistas mesmo dentro dos seus locais de trabalho e em qualquer horário, como têm feito!

Fora PM da USP! Pelo fim da polícia racista e assassina!!


Abaixo, reproduzimos a nota da Secretaria de Negros e Negras e Combate ao Racismo do SINTUSP:

"POLICIA RACISTA ENQUADRA OUTRO DIRETOR NEGRO DO SINTUSP

Nesta sexta feira, dia 04/08/2017 a polícia racista e assassina, que atua dentro da USP a mando da reitoria, colocou o seu racismo e elitismo em prática mais uma vez. Na manhã desse dia Marcello Pablito, diretor do Sintusp e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao racismo, do Sintusp foi ostensivamente abordado na entrada da USP por dois integrantes da PM quando se dirigia ao sindicato para a organização das atividades do Encontro de Estudantes Africanos da USP. Na abordagem, os policiais fizeram um verdadeiro interrogatório, e mesmo após a apresentação da carteira de identificação de Pablito continuaram hostilizando e humilhando o companheiro, revirando sua mochila e pertences, pois diziam que se tratava de alguém suspeito de estar “portando e transportando material ilícito” para dentro da universidade. Durante a abordagem os policiais insultaram e ameaçaram o companheiro Pablito que só foi liberado após diretores do Sintusp e militantes da Secretaria de Negros chegarem ao local e registrarem a abordagem com a imprensa do sindicato. Isso acontece a menos de dois meses de ocorrer no mesmo local, uma abordagem completamente arbitrária e racista do companheiro Zelito (trabalhador negro e ex-diretor do Sintusp) no retorno de seu horário de almoço, quando foi inclusive detido sem nenhum motivo, mesmo com seu uniforme de trabalho. Não por coincidência, a USP processou na Justiça esses mesmos companheiros, por conta de um ato no CO em 2015 em defesa das cotas raciais

Esses dois casos não são uma exceção, e não se tratam de uma mera coincidência, pois, são uma pequena mostra dos inúmeros relatos de trabalhadores efetivos e terceirizados negros que já foram abordados no mesmo local, já que a policia trata os negros como a “COR PADRÃO” dos suspeitos. São uma mostra também de que a polÍcia está dentro da USP para oprimir a juventude pobre e negra e reprimir as lutas que ocorrem no interior da universidade, como fizeram no dia 07 de março quando reprimiram barbaramente o ato que ocorreu em frente ao CO espancando a luz dia estudantes, trabalhadores e mulheres negras como Nani (educadora da Creche Oeste da USP) que protestavam em defesa da universidade. A menos de um mês da aprovação das cotas raciais na USP esses episódios revelam o caráter profundamente elitista e racista da USP que ainda hoje mantém processos administrativos e criminais contra dezenas de ativistas que lutaram em defesa das cotas raciais na USP. Revela o caráter racista da policia militar que assassinou impunemente há 10 anos Cícera (trabalhadora terceirizada negra da Faculdade de Educação), Igor (trabalhador negro e terceirizado do CEPEUSP morto na chacina de Osasco com seu uniforme de trabalho) e que mantém Rafael Braga preso além de tantos negros mortos, torturados e humilhados historicamente no nosso país. RACISTAS NÃO PASSARÃO!! FORA POLICIA DA USP!! FIM DE TODOS OS PROCESSOS AOS LUTADORES!! FIM DA POLICIA MILITAR! LIBERDADE PARA RAFAEL BRAGA!!


Abaixo algumas fotos de solidariedade que trabalhadores do Hospital Universitário tiraram ao saber do absurdo ocorrido:




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