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OCUPAÇÃO NO RS | UNIPAMPA ocupada - o impressionante movimento no extremo sul do país.

quarta-feira 18 de maio de 2016 | Edição do dia

No extremo sul do país, na divisa com o Uruguai, estudantes da Universidade Federal do Pampa, do campus Jaguarão, estão ocupados desde quinta-feira passada (12 de Maio) contra os cortes na educação.

Quem acompanha as publicações na página deles (procurar Bloco de Lutas pela Educação Pública) logo vê a maneira impressionante como vêm tocando a luta na universidade. Os vídeos e as ações são realmente emocionantes e mostram a disposição de luta. Experiências como essas são de forte inspiração para qualquer estudante (principalmente de uma universidade federal) que deseja se organizar para combater e questionar a situação de educação no país. Trata-se da primeira universidade federal a se levantar contra os cortes e pode iluminar o caminho para que estudantes de outras federais também se levantem.


Começaram ocupando a universidade por conta da ameaça de demissão de vários funcionários terceirizados da universidade a partir do corte de verbas por parte da reitoria. Tal situação de descaso, vista em tantas universidades federais e estaduais Brasil afora, é de profunda indignação não somente por conta das famílias na rua, mas também pela enorme sobrecarga de trabalho a que submetem os funcionários que ficam. Dessa forma o movimento também passa a questionar os cortes na educação como um todo, bem como o golpe institucional hoje consumado.

Logo no primeiro dia o movimento organizou uma plenária intersetorial com estudantes, terceirizados, técnicos e professores para organizar os rumos do movimento. Ao mesmo tempo em que a reitoria deliberava acerca dos cortes na universidade nesse primeiro dia de ocupação, cortaram a internet do campus Jaguarão como forma de repressão. Mas a resistência foi maior.

Uma série de atividades vem sendo feitas dentro da ocupação, como debates públicos sobre a situação da universidade, da educação pública em geral, da política hoje em dia, oficinas de dança contemporânea, roda de conversa sobre sexualidade e homofobia, plenária com secundaristas em luta. Ou seja, trata-se de uma ocupação que vai para além da pressão contra os cortes, e sim um espaço de experiência de organização política e social.

Nesta terça-feira (17), os docentes da UNIPAMPA deliberaram em assembleia pela paralisação de 3 dias, de forma a engrossar o caldo da mobilização unificando estudante, funcionário e professor. Devemos acompanhar apaixonadamente os próximos passos dessa luta.

Em video enviado para o Esquerda Diário, os ocupantes expressaram apoio às lutas dos estudantes e trabalhadores da USP (com o curso de Letras ocupado), aos estudantes da UNICAMP (que estão com a reitoria ocupada), aos professores do estado do Rio Grande do Sul, à ocupação Pandorga de Porto Alegre e à Faísca - Anticapitalista e Revolucionária.

É de exemplos como esse e tantos outros (como as dezenas de escolas ocupadas no RS, as mais de 100 espalhadas pelo país no RJ, SP e CE, as ocupações contra a extinção do MinC, as greves na USP e na UNICAMP os atos massivos e radicalizados em Porto Alegre, São Paulo e outras capitais contra o golpista Temer) que pavimentam o caminho que devemos seguir e apontam para uma perspectiva de superação para a situação de crise em que vivemos na educação e no país.

Seguem abaixo algumas das fotos:

oficina de dança

Aulão: engajamento e ação na história

ocupantes em rádio local

Imagens sobre as plenárias e assembleias com estudantes e funcionários:




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