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GREVE DA USP | ÚLTIMA HORA: Estudantes ocupam Reitoria da USP e realizam assembleia

quinta-feira 16 de junho de 2016 | Edição do dia

Hoje, em meio à importante greve de funcionários, estudantes e docentes da USP, ocorria na reitoria da universidade uma reunião de seu Conselho de Graduação cuja pauta era a discussão do acesso à universidade; o resultado dessa reunião será levado à reunião do Conselho Universitário no fim do mês que decidirá sobre as formas de ingresso na USP no ano que vem.

Do lado de fora, os estudantes realizavam uma aula pública sobre uma das pautas centrais da greve: as cotas para negros e indígenas, que há anos a reitoria e o Conselho Universitário se recusam a implementar na universidade. Durante essa atividade, os estudantes solicitaram ao Conselho de Graduação que recebesse uma comissão deles destacada para levar essa demanda à discussão que estava ocorrendo. O pedido, de forma pouco surpreendente, foi sumariamente negado.

Frente a mais uma demonstração de intransigência e racismo dos órgãos dirigentes da USP, os estudantes decidiram ir coletivamente até o lugar onde estava sendo realizada a reunião para conseguir manifestar a sua opinião, e, assim, ocuparam o prédio da reitoria. A reunião, contudo, foi interrompida e não foram ouvidos os estudantes. Estes, que já tinham uma assembleia marcada para às 18h, decidiram permanecer no pátio interno da reitoria e realizar ali os debates e deliberações de sua assembleia, que estão ocorrendo neste momento.

Flávia Toledo, diretora do Centro Acadêmico do curso de Letras (Caell) e militante da juventude anticapitalista e revolucionária Faísca, declarou ao Esquerda Diário:

“essa ação dos estudantes foi importantíssima para fortalecer a luta por cotas em meio a uma universidade racista e elitista, e que até hoje é uma das poucas nesse país que sequer respeita a lei federal de cotas já vigente em praticamente todas as instituições de ensino superior públicas no país. Aqui, os negros só podem entrar para trabalhar nos cargos mais explorados e mau remunerados, como terceirizados da limpeza ou nos bandejões.

Nós da Faísca defendemos manter essa ocupação para poder fortalecer ainda mais essa luta, que só pode triunfar se for adiante cada vez mais unificada ao conjunto dos estudantes e aos trabalhadores que estão com seus salários cortados por lutar, colocando também com centralidade a demanda por cotas em sua greve, assim como na Unicamp e Unesp, que estão conosco na luta.

A luta que travamos é também contra o desmonte e desvinculação do Hospital Universitário, o que afeta principalmente a população mais pobre – em sua maioria negra – da região, e também por uma política de permanência estudantil que possa garantir que a juventude negra e os filhos dos trabalhadores tenham condições de terminar seus cursos. Por tudo isso, é fundamental não retrocedermos agora, manter a ocupação e fortalecer a greve.”




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