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CORONAVÍRUS | UFRJ e Vital Brazil testam soro para COVID: A potência das universidades contra a pandemia

Neste domingo (24), o Instituto Vital Brazil - ligado à Secretaria de Saúde do estado do RIo de Janeiro - lançou nota que apresenta uma pesquisa feita em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, que estuda a criação de um soro para tratamento da Covid-19.

segunda-feira 25 de maio de 2020 | Edição do dia

Neste domingo (24), o Instituto Vital Brazil - ligado à Secretaria de Saúde do estado do Rio de Janeiro - lançou nota que apresenta uma pesquisa feita em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, que estuda a criação de um soro para tratamento da Covid-19.

A ideia é a criação de um soro hiperimune, como os usados contra a raiva, que também é um vírus, ou contra os venenos de animais peçonhentos, por exemplo, feitos a partir do plasma de cavalos.

Os soros antiofídicos são produzidos a partir do sangue de um animal de grande porte, como o cavalo, que produz agentes de defesa contra o veneno inoculado em seu organismo. O sistema imunológico do animal cria anticorpos que neutralizam a ação do veneno, depois que uma dose pequena do veneno é injetada nele. Para a produção do soro, então, o plasma desse animal é a base. O material passa por diversas etapas de produção e testes até se tornar o soro que conhecemos. As hemácias (glóbulos vermelhos) são devolvidas ao animal.

Simultaneamente, o Instituto estuda o desenvolvimento de anticorpos e DNA de lhamas. “A ideia é ter os dois estudos nas mãos e apostar mais fichas no que o processo começar a dar resultados mais rápido, devido à urgência da pandemia”, ressalta Adilson Stolet, presidente do Instituto Vital Brazil.

Por outro lado, os ataques às universidades e à produção de ciência e tecnologia se intensificam cada vez mais, com cortes em orçamento e em bolsas de iniciação científica, CAPES e CNpq. De acordo com relatório Indicadores Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação, de 2018, o Brasil investiu 1,26% do PIB em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em 2017. Em 2015 o investimento também de apenas 1,34%.

Esse é projeto dos capitalistas para a educação e produção de ciência no Brasil, escancarado com o cenário de pandemia que estamos vivendo - mais de 20 mil mortos e cientistas lutando em meio precarização e suspensão de bolsas. A própria UFRJ, parceira na pesquisa citada acima, foi uma das mais afetadas nos cortes recentes de 2019 e do início de 2020, lançando uma nota contra o corte de 242 bolsas nos programas de pós-graduação.

É preciso ressaltar o potencial das universidades públicas brasileiras, principalmente diante dessa pandemia, e denunciar o projeto de desmonte da educação pública que vem antes mesmo do governo Bolsonaro, intensificado nesse governo anti-ciência e negacionista, apoiado por Mourão e todos os militares, e que hoje cobra o seu preço. Essa pesquisa da UFRJ é um exemplo do que as demais instituições federais pelo país poderiam estar fazendo, multiplicando a potencialidade de combate a pandemia que existe nessas universidades, ao invés de estarem tentando implementar o ensino precário pelo EAD. Assim como as fábricas e indústrias deveriam estar girando sua produção para a produção de máscaras, álcool gel e aparelhos respiratórios, as universidades também deveriam estar a serviço de combater a pandemia.

Para que isso ocorra, é preciso que tanto os trabalhadores como os estudantes decidam sobre seu próprio futuro, estabelecendo meios de auto-organização em cada local de trabalho e de estudo, já que tanto Bolsonaro, Mourão, os militares, quanto os governadores e empresários já demonstraram que sua preocupação é com o lucro e não com nossas vidas. A política imposta por esse governo que odeia a ciência e é anti-trabalhador é levada a frente não só a nível federal, como estadual e municipal, pelos governadores e prefeitos que apenas tentam se diferenciar de Bolsonaro, mas na prática têm desprezado a vida de milhões de trabalhadores, em especial os da área da saúde, que lutam para ter direito ao mínimo de proteção através de EPIs, que continuam escassos.

Todo apoio aos cientistas e às universidades públicas brasileiras, que a despeito do ministro da educação Weintraub, que já demonstrou o quanto odeia os negros, os trabalhadores e a educação pública, continuam lutando para responder a essa crise sanitária e capitalista. Não podemos ter nenhuma confiança no STF e no congresso nacional. A resposta só pode ser dada pelos trabalhadores organizados.




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