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EUA | Trump oferece cargos-chave no Estado para ultranacionalistas

sexta-feira 18 de novembro de 2016 | Edição do dia

O empresário bilionário reacionário recém-eleito presidente dos EUA, Donald Trump, já começou a dar forma para seu governo, e ofereceu nesta sexta-feira o cargo de procurador-geral e de diretor da CIA para senadores republicanos considerados “extremistas” até mesmo dentro do Partido Republicano.

Jeff Sessions e Mike Pompeo, se confirmarem, serão os senadores republicanos que ocuparão os cargos de procurador-geral e de diretor da Agência Central de Inteligência (CIA). Além deles, nesta mesma sexta Trump também anunciou a intenção de oferecer o cargo de conselheiro de segurança nacional para Michael Flynn, um general aposentado do Exército norte-americano conhecido pelo autoritarismo e pela “linha dura”.

Jeff Sessions foi eleito senador republicano pelo Estado do Alabama e no início das primárias do Tea Party tentou concorrer como vice-presidente de Donald Trump. Ele é conhecido dentro do Partido por suas posições ufanistas e populistas, além dos ataques constantes aos imigrantes, aos direitos civis defendidos pelo movimento negro, de mulheres e LGBTs e, assim como Trump, é considerado um extremista e “estranho” pelos grupos republicanos tradicionais. Fora do partido, Sessions é conhecido pelo histórico de participações e influência nos Comitês de Segurança, do Judiciário e do Orçamento, e pelo posicionamento reacionário e preconceituoso neles – como em 1986 seria nomeado para um tribunal federal pelo presidente neoliberal Ronald Reagan, mas foi impedido por ter sido formalmente acusado feito defesas e comentários racistas.

Jeff Sessions e o ex-general do Exército, já aposentado, Michael Flynn já foram, inclusive, excluídos dos círculos sociais e políticos de Washington – como jantares, festas e reuniões – por suas declarações e atitudes preconceituosas e reacionárias, mas sempre se mostraram muito leais à Trump, principalmente durante a campanha presidencial.

Já Mike Pompeo é um ex-oficial do exército formado em Harvard e eleito para o Congresso estadunidense pela primeira vez em 2010, junto ao crescimento do movimento ultraconservador dentro do Partido Republicano. Conhecidamente marcado pelo caráter rígido – até para os padrões da CIA – ele é um dos mais radicais críticos do acordo nuclear de diversos países e encabeçado pelos EUA com o Irã, firmado em 2015. Pelo acordo, o Irã é reconhecido como uma país independente (econômica, política e socialmente) no Oriente Médio e não poderia mais sofrer com as sanções que vinha sofrendo. No Twitter, Pompeo declarou “Estou ansioso para reverter esse acordo desastroso com o país que mais patrocina o terrorismo”.

Trump também já tinha anunciado em seu staff os ultraconservadores Reince Priebus como chefe de gabinete, e Steve Bannon como chefe estrategista, demonstrando que constituirá um governo ainda mais à direita que seus antecessores, o que resultará para a classe trabalhadora, os movimentos sociais e os imigrantes uma difícil e igualmente grandiosa tarefa.




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