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CHILE | Tremendo de medo da luta de classes Bolsonaro chama protestos no Chile de terrorismo

Para Bolsonaro jornadas de luta no Chile são "atos terroristas". O presidente que já articula as forças militares para reprimir possíveis manifestações no Brasil mostra seu enorme medo frente à potência que a luta de classes tem contra os ajustes do governo.

sexta-feira 25 de outubro de 2019 | Edição do dia

As fortes mobilizações no Chile, país dos sonhos de Bolsonaro e Paulo Guedes que se inspiram no seu modelo de reforma da previdência e privatização de serviços básicos como educação e saúde, são uma grande ameaça para o governo de extrema direita no Brasil.

A verdade é que Bolsonaro está temendo que em meio à aprovação da reforma da previdência no Senado e ao plano de mais ajustes para descarregar a crise nas costas dos trabalhadores e do povo pobre os brasileiros tomem o exemplo da luta que ocorre no Chile. Ele tenta criminalizar a população que se revolta com os ajustes afirmando que é terrorismo, mas apoia o estado de exceção de Piñera que está impondo toque de recolher aos chilenos e colocando militares nas ruas para uma repressão violenta aos manifestantes.

"Praticamente todos os países da América do Sul tiveram problemas. O do Chile foi gravíssimo. Aquilo não é manifestação, nem reivindicação. Aquilo são atos terroristas. Tenho conversado com a Defesa nesse sentido. A tropa tem que estar preparada porque ao ser acionada por um dos três Poderes, de acordo com o artigo 142, estarmos em condição de fazer manutenção da lei e da ordem.", afirmou Bolsonaro.

O presidente já estava buscando se antecipar a mobilizações similares à chilena pedindo monitoramento das forças armadas e articulando possível utilização do artigo 142 que prevê intervenção militar constitucional. Junto ao ministro da Defesa, Fernando Azevedo, Bolsonaro diz estar se preparando para evitar uma possível rebelião social, como as que ocorrem em outros países da América do Sul. Ele afirmou que tem recebido informes de ’reuniões de atos preparatórios para manifestações não legais’ no Brasil e que ’tropa tem que estar preparada’.

Veja mais: Bolsonaro teme que Brasil vire Chile e já articula possível utilização de forças militares

As jornadas de luta no Chile que começaram contra o aumento da passagem e agora se dá como uma grande luta contra o governo de Sebastián Piñera deixa evidente que os capitalistas não vão conseguir aplicar todos os ajustes que querem para continuar lucrando sem nenhuma resposta dos trabalhadores e da juventude. O grande país que era espelho para Bolsonaro e Guedes quebrou.

No Brasil, vem sendo aplicada uma série de ajustes como a reforma da previdência, MP881, future-se e grande aumento do desemprego e trabalho informal que gera uma insatisfação com o projeto de miséria que os capitalistas reservam à população pobre. Apesar das maiores centrais sindicais (CUT e CTB) dirigidas pelo PT e PCdoB terem deixado os ajustes passarem sem organizar um plano de luta para que a insatisfação com esse projeto fosse colocada nas ruas de forma organizada, contra o governo, agora os chilenos estão dando um grande exemplo aos brasileiros de como responder aos ataques.

A grande insatisfação popular contra um governo privatista e contra os ajustes neoliberais está se expressando nas ruas pela luta de classes, e Bolsonaro sabe a ameaça que isso é para seu governo. No Chile, Piñera já retrocedeu com o aumento da passagem e também reduziu a jornada de trabalho de 45h para 40h semanais, o que expressa a força dos trabalhadores e da juventude com apoio popular, mas a luta continua. Tomemos o exemplo dos chilenos para responder aos ajustes de Bolsonaro e da extrema direita na América latina!




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