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PETROBRAS | Transpetro da Petrobras registra lucro recorde graças a demissões e cortes de pessoal

A subsidiária da Petrobras, responsável pelo transporte e logística, teve lucro de R$ 1.3 bilhão em 2020, um recorde. Alto número de demissões de terceirizados e superexploração dos efetivos que ficaram explica o lucro.

Samyr RangelProfessor de Geografia no Rio de Janeiro

terça-feira 2 de março de 2021 | Edição do dia

Imagem: Divulgação Transpetro

No ano de 2020 a TRANSPETRO, subsidiária integral de Transportes e Logística da Petrobras, teve lucro recorde. A companhia registrou lucro líquido de R$ 1.3 bilhão, o maior valor já registrado desde sua fundação em 1998, através da lei de FHC que exigiu que a Petrobras separasse seu braço logístico do restantes das operações.

Mas o que estes números escondem é que neste mesmo período a subsidiária também concentrou demissões em larga escala em diversos setores, sobretudo de terceirizados, números que podem chegar a casa de centenas de trabalhadores, ou mesmo milhares, dado que são sigilosos os dados.

Há também os casos em que funcionários efetivos da Transpetro são transferidos para a holding Petrobras, sem substituição na subsidiária. Fazendo que tanto o contingente terceirizado quanto efetivo tenha caído drasticamente, mesmo que em diversos terminais o volume e quantidades de operações aumentaram.

Após estes cortes de pessoal efetivo e estas demissões terceirizados têm sido dobrada a jornada de trabalho, com expedientes super exploratórios e exaustivos implicando em danos à saúde e riscos operacionais graves.

Outro fator alarmante é que com a diminuição do efetivo de trabalhadores muitos setores da subsidiária tem operado com funcionários abaixo do limite permitido para a segurança, em áreas que podem ter alto risco de insalubridade e perigo. Para aumentar os lucros, há unidades que não contam mais com efetivo noturno, ou seja sem sequer um pessoal mínimo para combate a algum incêndio por exemplo.

Estes dados mostram que exposto verdadeiramente o balancete da empresa chegaríamos à conclusão de que o lucro recorde é baseado na redução de funcionários, com diversos pais e mães na rua e superexploração de outros e risco para toda a população dada toxicidade e explosividade dos produtos que a subsidiária movimenta.

O projeto de fundo da subsidiária é tornar-se uma terceirizada das compradoras das privatizações da Petrobras e para tal quer oferecer o serviço mais barato possível às custas de seus trabalhadores e dos riscos.

Uma Petrobras e suas subsidiárias que sirvam somente ao capital estrangeiro e seus acionistas de Wall Street provocam estes casos absurdos de superexploração. Somente uma Petrobras 100% estatal, administrada democraticamente pelos trabalhadores, conseguiria garantir empregos, combustíveis baratos e que as vastas riquezas do petróleo sirvam de fato ao povo brasileiro e não ao enriquecimento imperialista e de seus poderosos parceiros locais.




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