×

#ForçaChape | Transformar o luto em luta

O absurdo de uma empresa Aérea que programa uma viagem sem combustível, é parte do mesmo que vivenciamos na crise política do país. Onde os que lucram, impõe para que os de "baixo" paguem a conta.

Felipe GuarnieriDiretor do Sindicato dos Metroviarios de SP

sexta-feira 2 de dezembro de 2016 | Edição do dia

Novembro acabou com uma semana triste. Milhões de pessoas se comoveram com a tragédia da queda do avião que transportava o time da Chapecoense, jornalistas, além dos tripulantes. Jovens, em sua grande maioria, que buscavam contrariar a lei do mais forte no futebol, ao chegar num time dito pequeno a uma final internacional, e assim realizar o almejado sonho de muitos em ser um grande jogador de futebol.

A dor trouxe consigo a solidariedade. Em poucos segundos a #ForçaChape virou trending topic mundial. Os palmeirenses deram uma lição no "foragido" Presidente da CBF mostrando que não havia mais nada para comemorar. O Atlético Nacional e seus torcedores calaram a boca do Vice Presidente do Internacional, ensinando que nessas horas vencer ou perder não importa. O Corinthians pela primeira vestiu verde. Os poderosos Real Madrid, Barcelona e Liverpool por 1 minuto pararam.

A rivalidade por um instante foi deixada de lado e se ouviu uma única música "Vamos Vamos Chape".

O mundo ficou mais triste, porém também mais humano. Claro, com a exceção daqueles que o governam. Serra foi fazer demagogia na Colômbia. Enquanto seu parceiro golpista Temer, decretou luto por 3 dias e se aproveitou da comoção para votar a PEC 55 em primeiro turno no Senado. Rompeu o silêncio do luto com bombas de gás e balas de borracha contra os manifestantes em Brasília.

No mesmo dia o PT aliou-se novamente com a direita em defesa da impunidade. De um congresso e Senado onde os privilégios reinam, e os 594 parlamentares recebem somados uma quantia de 16 milhões de reais mensais. De outro lado, os procurados e juízes da Lava Jato, com Moro e Dallagnol a frente, em busca de super poderes para fortalecer o judiciário com o pretexto de combater a corrupção, porém com o real interesse de legitimar o STF, que já antecipa mais ataques aos trabalhadores como a reforma trabalhista e previdenciária.

O absurdo de uma empresa Aérea que programa uma viagem sem combustível, é parte do mesmo que vivenciamos na crise política do país. Onde os que lucram, impõe para que os de "baixo" paguem a conta. Os jogadores e demais vítimas da tragédia pagaram com suas vidas, entretanto o restante dos trabalhadores podem superar a dor do luto transformando a solidariedade e a tristeza em ódio contra os poderosos. Serem protagonistas através da sua força social, contida hoje pelas centrais sindicais e suas burocracias. Sem se deixar enganar como parte da esquerda pela Lava Jato, ou com os que tentam reeditar os erros do PT. Através da mobilização mudar as "regras do jogo", impor uma nova constituinte que de respostas para os principais problemas do país, acabe com o privilégio dos políticos e com esse congresso corrupto e para que os de "baixo" possam ter condições de governar um mundo melhor e Ainda mais humano, retirando das mãos da "exceção" que o contro-la.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias