Teu Nascimento, homem trans, teve sua casa invadida na última sexta-feira (6) no bairro Fazenda Grande 3, em Salvador, tendo seus bens roubados. O corpo da vítima foi encontrado no dia seguinte no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues com marcas de espancamento e de tiros na cabeça.
segunda-feira 8 de maio de 2017 | Edição do dia
O preconceito e a intolerância fazem vítimas fatais constantemente no Brasil e não é de se espantar num país onde Bolsonaros, Sila Malafaia, Levi Fidelix destilam ódio sempre quando podem em seus palanques políticos aos LGBTs.
Infelizmente, a intolerância quanto questão de identidade de gênero não fica apenas nos discursos de parlamentares, a sociedade brasileira tem o maior índice de assassinato de travestis por ano em comparação a todos os países do mundo. A transfobia e LBGTfobia é uma prática cotidiana das sociedades burguesas, heteronormativas e patriarcais e devem ser combatida.
A denúncia constante de casos como a de Teu Nascimento ou de qualquer político que em nome da moral religiosa condena as relações homoafetivas, precisa ser atrelada a uma crítica de fundo, que ponha em questionamento a própria sociedade burguesa.
Casos transfeminicidio e de assassinatos como este são parte de uma longa cadeia de violência onde se naturaliza a opressão em todas as esferas da vida, levando na ultima consequência a morte. A investigação popular junto as organizações de trabalhadores e LGBT deve ser a saída de fundo a casos como a de Teu Nascimento, a fim de que se possa punir agressores. Esse tipo de processo investigativo que retira da mão do Estado o poder de decisão e o coloca sob julgo dos trabalhadores deve andar em consonância com a aprovação de leis que combatam a todos os tipos de opressão da sociedade capitalista. A luta contra essas opressões é um combate contra os pilares de sustentação do capitalismo, e por conta disso, lutar contra a LGBTfobia, machismo, patriarcado e o racismo corresponde a transformar a realidade numa sociedade sem classes.
