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CHUVAS NO RS | Tragedia anunciada: mais de 130 mil afetados por tempestades no RS

sexta-feira 16 de outubro de 2015 | 00:00

Foto: JEFERSON GUAREZE/FUTURA PRESS

Mais uma vez o verão se aproxima, e com ele as repetidas tragédias de enchentes e deslizamentos que levam centenas de vidas em todo o país todos anos. Não há nada de imprevisto nem nas localidades afetadas, nem sequer na intensidade e concentração das chuvas ora em uma localidade ora em outra. Hoje, o Estado do Rio Grande do Sul está sendo castigado, amanhã será São Paulo, ou Nova Friburgo, ou Santa Catarina, ou alguma cidade do Nordeste.

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou no fim da tarde desta quinta-feira, 15, que o número de municípios prejudicados chega a 95, com 130.384 pessoas afetadas e três mortes. A estimativa é de que 3.500 pessoas estejam fora de suas casas, seja em abrigos disponibilizados pelo poder público ou recorrendo à ajuda de parentes e amigos. Já foram retiradas 170 toneladas de restos de árvores que caíram na cidade em função dos temporais. A estrutura de ferro e lona da quadra da escola Imperadores do Samba, assim como a estrutura montada para receber a Feira do Livro, que ainda não começou, desabaram com o vento. O mesmo ocorreu com o teto do 9° Batalhão da Brigada Militar na capital. Por conta da força das pedras, parte do Hospital Municipal Getúlio Vargas (HMGV), em Sapucaia do Sul, foi destelhada. Entre as áreas atingidas está a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Além disso, o Rio Grande do Sul registrava ontem ainda 21 pontos de rodovias com bloqueios totais ou parciais na manhã desta quinta-feira. O governo estimava ainda, ontem, que cerca de 600 mil pessoas ficaram sem energia no Estado.

Não há nada de natural que uma chuva, forte que seja, abata tantas vidas e cause tamanha destruição todo o ano, repetidamente, sem que nada seja feito para mudar essa realidade. A absoluta anarquia na organização dos espaços urbanos e rurais sob o capitalismo no Brasil e a garantia desta forma determinada de ocupação dos solos por todos governos brasileiros é o principal responsável por essas tragédias.

Ontem o ministro interino da Integração Nacional do governo federal, Carlos Vieira, se reuniu com o governador Ivo Sartori (PMDB) em função do decreto de emergência assinado na quarta-feira e se comprometeu a colaborar com o fornecimento de kits de ajuda humanitária e acompanhar o trabalho da Defesa Civil estadual, ajudando a identificar as demandas da população e dos municípios. Essa postura veio acompanhada de uma declaração de que não haverá contingenciamento de verbas para ações de defesa civil.

"Os créditos destinados às ações de defesa civil são extraordinários, eles não estão ordinariamente contemplados no orçamento da União. É uma maneira que o governo tem de rapidamente dar suporte a questões desses desastres atuais que estamos vivendo no Brasil", afirmou o ministro. O decreto é válido por seis meses e os municípios têm prazo de 10 dias para apresentar relatórios de danos, que devem atingir os índices previstos pela legislação para que o governo federal possa liberar recursos.

Não esquecemos, porém, da tragédia da região Serrana do Rio de Janeiro em 2011, na qual o prefeito de Nova Friburgo foi condenado por improbidade administrativa e desvio das verbas recebidas pelo governo federal para serem repassadas as vitimas das tragedias e que foram desviados não só pelo Prefeito como por demais empresários e políticos. É necessário um plano de obras publicas controlado e organizado pelos sindicatos e organizações populares para poder dar uma resposta de fundo a essas tragédias recorrentes, fruto da anarquia e ganância capitalistas garantida por todos governos sejam do PT, PSDB ou PMDB.




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