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PORTO ALEGRE | Trabalhadores protestam na Prefeitura contra a extinção de linhas de ônibus por Marchezan

Aconteceu na tarde de hoje, em frente a prefeitura de Porto Alegre, um ato chamado contra a extinção da linha de ônibus 394 MAPA, impulsionado também pelas comunidades quilombolas da cidade que estavam presentes dando força ao ato.

quinta-feira 4 de junho de 2020 | Edição do dia

Aconteceu na tarde de hoje, em frente a prefeitura de Porto Alegre, um ato chamado contra a extinção da linha de ônibus 394 MAPA, impulsionado também pelas comunidades quilombolas da cidade que estavam presentes dando força ao ato. Durante a ação, os manifestantes mantiveram os cuidados e as recomendações de precaução ao vírus mantendo o distanciamento social.

Desde o início da pandemia de Covid-19, a ATP (Associação dos Transportadores de Passageiros), que representa as empresas privadas, junto com o prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) extinguiram criminosamente diversas linhas de transporte coletivo. Inúmeras dessas linhas cobrem as áreas da periferia da cidade, que ficarão ainda de mais difícil acesso, incluindo a 394 MAPA, que cobria as regiões da Lomba do Pinheiro, da Vila Mapa, e do Belém Velho Rincão. Marchezan cede aos interesses dos empresários do transporte enquanto deixa milhares de trabalhadores desassistidos e sem ter sequer como ir para seus trabalhos pois não podem mais contar com o ônibus que passava pela sua comunidade.

Milhares de trabalhadores, tanto de serviços essenciais e como não essenciais, estão sendo obrigados a seguir trabalhando em meio a pandemia devido a decretos de reabertura do comércio vindos de Eduardo Leite (PSDB) e Marchezan, e precisam se locomover pela cidade em ônibus cada vez mais lotados, aumentando exponencialmente o risco de contaminação pelo coronavírus, devido ao corte de linhas. Além do mais, essa é uma medida que também serve de desculpa para demitir mais trabalhadores rodoviários e só é boa para o lucro dos empresários que não se importam com a vida dos trabalhadores. Eduardo Leite e Marchezan acabam seguindo a mesma linha de Bolsonaro, que joga a população para a contaminação em massa na medida que não garante os direitos mínimos como transporte de qualidade e saúde.

Na mesma manifestação, os moradores das comunidades receberam a solidariedade e unificação de outros setores da classe trabalhadora como o da área da saúde que protestava contra as péssimas condições de trabalho que se encontram e também de professores de escolas particulares que protestavam contra a implementação EAD como forma de ensino.

Cartazes com o nome do Quilombo da Família Silva exclamavam: "Por que reabrir o comércio logo quando está aumentando os números do contágio?’’, "Por que nós, negros, somos as maiores vítimas da falta de atendimento no SUS?", "Na minha casa 3 crianças e 1 adulto estudam. Só temos 1 celular e não temos wi-fi. Fora EAD." e "Renda básica já!".

Para que não haja mais superlotação no transporte público, todas as linhas extintas devem ser assumidas pela Carris, única empresa de ônibus pública na capital, recebendo toda a estrutura para que possa realizar isso. Além da contratação pela Carris de todos os rodoviários demitidos das empresas privadas, sem a necessidade de concurso público pois seus currículos já mostram que sabem muito bem fazer o seu trabalho. Os trabalhadores e moradores organizados podem mostrar que isso é possível, avançando numa luta pela centralização de todo o transporte numa única empresa estatal como a Carris, que seja controlada pelos próprios trabalhadores e usuários do transporte, que são quem realmente tem interesse em resolver os problemas da precarização do transporte público na cidade.

Além disso, é preciso que se garanta testes massivos de Covid-19 para a população para que se possa fazer o isolamento social de todos os adoecidos. Além disso é urgente que o Estado garanta investimentos na saúde pública para a ampliação de leitos de UTI antes que aconteça o colapso do sistema de saúde contabilizando ainda mais vítimas. Também é necessária a estatização de todo o sistema de saúde sob gestão pública dos próprios trabalhadores da saúde, com a contratação imediata de todos os profissionais da saúde demitidos e desempregados e estudantes da área.

Para além disso, é extremamente necessário o fechamento de todos os serviços que não são essenciais, pois é um crime que os trabalhadores sejam obrigados a trabalhar se expondo ao vírus, sem nem ao menos a garantia de transporte público de qualidade, para satisfazer o luxo de seus patrões que querem encher os próprios bolsos. Garantia de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para todos os trabalhadores. Licenças garantindo 100% dos salários (sob responsabilidade da empresa e do Estado) para toda pessoa infectada ou do grupo de risco. Assim como deve haver um decreto de lei que proíba as demissões e que todos possam receber um auxílio no valor mínimo de R$ 2000,00 para que possam se manter em meio a crise.

Se podem se expor assim em ônibus lotados podem também se manifestar e se revoltar com o descaso com suas vidas. Nossas vidas valem mais do que os lucros deles!




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