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DEMISSÕES | Trabalhadores metalúrgicos de Araraquara sofrem com demissões, cortes e atrasos

Já fazem mais de 2 anos que os metalúrgicos da IESA, em Araraquara, passam por demissões, atraso de salários e falta de pagamento de férias, FGTS e de valor rescisório. A resposta dos trabalhadores, nesse ano, foram duas greves.

G. P.Araraquara

quarta-feira 31 de agosto de 2016 | Edição do dia

A Inepar, empresa especializada no segmento de produção e distribuição de energia elétrica, é dona da IESA de Araraquara há 11 anos e fabrica equipamentos na área de geração de energia, movimentação de materiais, transporte metroferroviário e equipamentos de processo e compensação reativa. Em 2013, a IESA fechou um consórcio entre a empresa sul-coreana Hyundai Rotern e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), para a fabricação de 30 trens, cada um composto por 08 carros, totalizando 240 carros, no valor de R$ 788 milhões marcando, segundo a própria empresa, “uma nova fase de desenvolvimento do setor metroferroviário da IESA” e tornando a região de Araraquara num polo de produção ferroviária, tanto para trens de carga como de passageiros.

Porém, mesmo com esse recém contrato, a empresa demitiu mais de 600 funcionários no período de 1 ano, e mantém salários atrasados, assim como o não pagamento do FGTS e de férias e dos saldos rescisórios dos funcionários demitidos.

Os trabalhadores responderam, até onde sabemos, com duas greves nesse ano, uma em fevereiro e uma em agosto, que se mantém até hoje. A histórico de conflitos entre a empresa e seus funcionários não se dá somente na cidade, mas a filial da empresa em Charqueadas, no Rio Grande do Sul também foi palco de greves.

A justificativa da empresa

A empresa justifica o não pagamento e o calote nos direitos trabalhistas com o discurso de “readequação da produção” por uma grave crise que passaria no setor, mesmo tendo fechado o contrato com a Hyundai.

Numa pesquisa rápida na internet, encontramos uma mensagem dos administradores da empresa do ano de 2014 onde já se previa demissões na empresa ou “adequação da capacidade fabril da Iesa”. Veja o trecho:

"A nova administração empossada em Setembro de 2014, já dentro do ambiente de Recuperação Judicial, iniciou um forte processo de ajuste interno... o ajuste e adequação da capacidade fabril na IESA Projetos, Equipamentos e Montagens em Araraquara."

Essas demissões vêm se somando com milhares de desempregados da região. E é mais uma vez um sintoma da crise que o Brasil vem passando no governo Temer, onde o número de desempregados já ultrapassa o número de 11,6 milhões de pessoas.

Além do contrato com a Hyundai, a empresa tem empréstimos milionários com o BNDES, feitos durante o governo do PT com juros subsidiados. O BNDES permitiu o atraso de determinados montantes financeiros da empresa o que é bastante contrastante com a ineficiência da justiça do trabalho em atuar sobre os atrasos de direitos e pagamentos dos funcionários.




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