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TRABALHADORES DO UBER SE ORGANIZAM NO CHILE | Trabalhadores do Uber buscam organizar seu primeiro sindicato no Chile

quinta-feira 5 de setembro de 2019 | Edição do dia

No início dessa semana, um grupo de 50 motoristas do aplicativo Uber foram no orgão responsável pela inspeção do trabalho de Viña del Mar para formar o primeiro sindicato do polêmico app. Atualmente os trabalhadores não são reconhecidos pela empresa como trabalhadores, assim, seria interesse do sindicato obrigar a Uber a reconhecer a relação de trabalho.

A criação deste sindicato representa um acontecimento inédito no país, uma vez que até hoje as autoridades do governo deixaram claro, em diversas instancias, que o modelo vigente de relações trabalhistas da Uber, por exemplo, é o que aspiram para o futuro. Um modelo onde a empresa não se responsabiliza pelas condições precárias e exploratórias de seus trabalhadores.

Lembremos que o modelo da uber, assim como de outros aplicativos, se baseia na ideia de que o trabalhador não presta serviços para a empresa, mas que esta seria apenas uma especie de "facilitadora" entre os usuários. Desta maneira, quem trabalha na Uber seria considerado um trabalhador independente. Isso enquanto a empresa pode aplicar medidas disciplinares, inclusive descontos na remuneração, além de modificar constantemente as condições de trabalho.

Segundo a radio da Universidade do Chile, o objetivo deste sindicato seria começar exigindo que reconheçam o vínculo trabalhista e que já estão desenvolvendo uma estrategia para conseguir.

Um primeiro passo pra milhares que vivem na informalidade

Longe do que mostram os comerciais na televisão, a realidade de quem trabalha para estes aplicativos se assemelha mais a um trabalho precário, se aproximando mais da escravidão do que da suposta liberdade que eles pregam.

O modelo trabalhista de plataformas como a Uber, Ubereats, Rappi, entre outros, está obrigando milhares (se não milhões) de jóvens trabalhadores a se questionarem se realmente este modelo beneficia a eles ou às empresas a quem devem pagar comissões arbitrárias, sem ter nenhum direito nem poder exigi-los.

Em países como a Espanha, a Argentina e inclusive os Estados Unidos, milhares de trabalhadores destas plataformas estão se organizando para exigir seus direitos trabalhistas, como segurança e proteção contra acidentes, entre outras demandas.

Com a criação deste primeiro sindicato, o Chile se sintoniza nesta tendencia mundial. A partir daí faltará organizar o resto para dar um basta nessa extrema precaridade do trabalho a qual essas empresas condenam quem trabalha a elas.




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