Nessa última semana, os trabalhadores da saúde de Natal e do Rio Grande do Norte deliberam uma mobilização comum frente ao descaso do prefeito Álvaro Costa (MDB) e da governadora Fátima Bezerra (PT) com os serviços de saúde pública, atacando salários e direitos desses servidores. Os servidores de Natal deliberaram por greve, enquanto os estaduais realizam uma série de paralisações desde setembro.
sábado 30 de novembro de 2019 | Edição do dia
Nesta terça-feira, 27, os servidores municipais de Natal aprovaram em assembleia um indicativo de greve a partir do dia 5 de dezembro. Todas as unidades de saúde do município de Natal, (Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Hospitais e Maternidades) aderiram ao movimento grevista.
A paralisação é por tempo indeterminado, e deverá restringir parte do funcionamento dos serviços de atenção básica, paralisando parcialmente os serviços de unidades 24h, como as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Hospitais e Maternidades.
Segundo o Sindsaúde, a Prefeitura do Natal se nega a receber os representantes sindicais, a aplicar a Lei da Data-Base e a implementar direitos o pagamento de gratificações aos servidores. Na segunda-feira, 02, a partir das 9h da manhã, estão organizando uma manifestação na UPA do bairro Cidade da Esperança, que deverá contar com a presença dos servidores estaduais da saúde.
Na sexta-feira da mesma semana, os servidores estaduais da saúde paralisaram suas atividades e realizaram um ato público em frente ao hospital Walfredo Gurgel, cobrando o pagamento dos salários atrasados, melhores condições de trabalho e atendimento à população. Repudiavam também o assédio moral, a falta de medicamentos e a postura autoritária da direção da unidade.
A governadora Fátima Bezerra (PT) entrou com um pedido de ilegalidade para paralisações como a realizada na sexta-feira alegando que a saúde não pode realizar greve no estado. Uma medida extremamente autoritária, que nega o direito de greve e manifestação desses trabalhadores, logo após ter descumprido a promessa de quitar seus salários atrasados.
A governadora havia prometido usar recursos obtidos na privatização das bacias de pré-sal para pagar esses salários, mas não só não fez, como seguiu uma política de precarização dos hospitais públicos.
Uma medida que ocorre em meio a ameaça do governo Bolsonaro, sob o plano Mais Brasil de Paulo Guedes, ameaçar os direitos trabalhistas dos servidores dos estados, acabando com a estabilidade e autorizando cortes de 25% dos salários e da jornada de trabalho, além de uma série de medidas.
Por isso nós do Esquerda Diário apoiamos ativamente a greve dos servidores da saúde e a mobilização dos servidores estaduais, e repudiamos a perseguição política da governadora Fátima. Sua política de seguir jogando a crise nas costas dos trabalhadores e precarizando os serviços públicos, é funcional à profunda desestruturação que prepara Paulo Guedes, ainda mais quando Fátima auxilia na repressão à luta dos trabalhadores, único caminho para salvar a saúde dos efeitos da crise capitalista.