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UNICAMP | Trabalhadores da saúde da Unicamp apoiam a paralisação internacional dos entregadores

Os trabalhadores da saúde da Unicamp realizaram nessa terça-feira um ato contra o descaso dos governos e da reitoria, exigindo testes, EPIs e mais contratações. No ato, tiraram fotos em apoio à paralisação internacional dos entregadores que ocorrerá dia 01/07.

terça-feira 23 de junho de 2020 | Edição do dia

Na pandemia os profissionais de saúde tem sido linha de frente na crise do covid-19, esse setor, que é majoritariamente negro e feminino no Brasil, vem colhendo os frutos podres da precarização do SUS nos últimos anos e dos ataques que se aprofundam com o governo negacionista de Bolsonaro regado de militares, e dos governadores, que como João Dória em São Paulo, reabrem os comércios mesmo com os números crescentes de infectados pelo novo coronavírus.

Os entregadores de aplicativo são em maioria jovens negros (50% deles têm até 22 anos, e 71% são negros) que sofrem com o desemprego (59% dos bike boys assumiram esta profissão porque estavam desempregados) e têm que ser parte de um trabalho precário e sem direitos para conseguir se sustentar, já que o governo não oferece um auxílio suficiente - além de agora estar atrasando até os R$ 600,00.

Veja mais: Quem são os entregadores de aplicativo em São Paulo?

Sem condições adequadas de trabalho, com cargas de trabalho extensas e ausência de EPI’s, somam-se mais de 83 mil infectados e mais de 170 mortes de profissionais da saúde pelo covid-19 no Brasil, se tornando o país onde os profissionais de saúde mais morrem pelo novo coronavírus no mundo, como os trabalhadores do Hospital das Clínicas da Unicamp divulgaram em carta.

Ao mesmo tempo, os entregadores não recebem nenhum auxílio das empresas para as quais trabalham, precisam arcar com todos os custos de trabalho, além de não terem acesso a equipamentos de prevenção adequados, como máscaras e álcool em gel.

Na Unicamp, o reitor Marcelo Knobel quer gerir a crise atacando os trabalhadores. Se coloca em defesa da universidade pública, mas permite com que trabalhadores do hospital fiquem nessa condição, além de permitir com que a Funcamp (Fundação de Desenvolvimento da Unicamp) realizasse amplamente, por meio da MP da Morte de Bolsonaro, redução de salários e jornadas de 25% aos trabalhadores da saúde.

O reitor quer que a universidade sirva às empresas, e não aos trabalhadores e ao povo pobre. Isso é escancarado com o fato de que além do descaso que Knobel tem com os trabalhadores, o aplicativo Ifood, que hoje escraviza os trabalhadores negros, é filho das universidades estaduais paulistas, criado por ex estudantes.

Veja mais: “O aplicativo que escraviza pai de família” é administrado por “filha” das universidades estaduais paulistas

A nossa luta deve ser uma só, para uma saída dos trabalhadores independente da reitoria e dos governos para dar uma saída à crise que priorize a vida, e não o lucro. Por isso é muito importante o apoio dos trabalhadores da saúde da Unicamp em luta à paralisação internacional dos entregadores dia 01/07: uma só classe, uma só luta.




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