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Marília: Trabalhadores da saúde em luta | Trabalhadores da Saúde de Marília/SP entram em greve e fazem protesto

Na manhã desta terça-feira (20/12) quase uma centena de trabalhadoras e trabalhadores da área da saúde de Marília protestaram em frente à prefeitura da cidade por falta de condições de trabalho. O protesto foi deliberado ontem (19) a partir da assembleia dos trabalhadores, que também entraram em greve.

terça-feira 20 de dezembro de 2016 | Edição do dia

Enfermeiros, técnicos, auxiliares, médicos, entre outros funcionários que fazem parte do programa Estratégia Saúde da Família (ESF) se concentraram em frente ao Paço Municipal para reivindicar condições dignas de trabalho e salário, já que estão a meses recebendo de forma atrasada e irregular – e que geram atrasos no pagamento das contas domiciliares, entre outros problemas para as chefes e os chefes de família. Do Paço as trabalhadoras e os trabalhadores gritavam palavras de ordem como “Ô Camarinha (prefeito) cadê você? Eu vim aqui pra receber”.

Com a greve, os cerca de 450 trabalhadores da saúde têm o objetivo de chamar a atenção da população para os problemas que os 34 postos de saúde da cidade, que contam com o programa ESF, vem passando. Estrutura precarizada, falta de profissionais e funcionários e falta de equipamentos são problemas recorrentes na área da saúde pública em Marília – e infelizmente também existem praticamente em todo o país.

O programa Estratégia Saúde da Família (ESF) é gerido pela associação Maternidade Gota de Leite, contratada e a quem a prefeitura repassa os valores. Segundo a associação os atrasos nos salários são de responsabilidade da prefeitura que não repassou o dinheiro para efetuá-los. Já a prefeitura afirma que se trata de um atraso por parte do Governo Federal, que por sua vez repassa a verba para o município. Enquanto associação, prefeitura e governo jogam um a responsabilidade para o outro, os trabalhadores estão há quase 2 anos recebendo seus salários com atrasos, e dessa vez já são 14 dias (já que eram para ter recebido no dia 06/12).

Mas o que podemos ver se trata de descaso e uma tática para privatizar toda a área de saúde dos municípios; isso acontece porque as reformas privatizantes dos anos 90 tiraram a obrigatoriedade do Estado cumprir com suas obrigações nos direitos e serviços previstos pela Constituição de 1988. Para isso, abriram a possibilidade de organizações e associações do ‘terceiro-setor’ pudessem gerir as instituições e serviços que deveriam ser públicos, gratuitos e de qualidade como é o caso da Saúde. E hoje, com o governo golpista de Michel Temer (PMDB), essas políticas que buscam precarizar e privatizar ainda mais os serviços retomam com toda a força.

O mesmo problema também vemos em outras áreas como é Educação, e que as merendeiras de Marília também vêm passando há meses com o mesmo tipo de problema, e nós do Esquerda Diário noticiamos aqui.

O que se nota é que se trata de uma política de precarização e privatização que é aceita pelas gestões municipais e que dificilmente mudará com a entrada do outro prefeito – Daniel Alonso. Isso acontece pelo fato de Vinícius Camarinha (PSB) e Daniel Alonso (PSDB) serem aliados em nível Estadual e Federal, nos governos de Geraldo Alckmin (PSDB) e Michel Temer (PMDB), e defenderem as mesmas políticas de privatização e concessão para os empresários que transformarão direitos e serviços essenciais em mercadorias somente à serviço dos lucros, enquanto os trabalhadores e trabalhadoras ficam sem Saúde, Educação, Aposentadoria, Empregos com CLT, e etc.

Por isso é mais do que necessário que lutemos contra todos esses ataques dos governos e prefeituras golpistas e os rejeitemos de uma vez! Precisamos nos organizar nos locais de trabalho, nos bairros, nas escolas e ir às ruas protestar e exigir uma nova Assembleia Constituinte Livre e Soberana que discuta os problemas e crises do país desde as bases a partir das assembleias.




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