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DEMISSÕES NA LATAM | Trabalhadores da LATAM Argentina e outras empresas aéreas fazem plenária para organizar a resistência

A agrupação El Despegue e o movimento de agrupações classistas (MAC composto pelo PTS – Partido dos Trabalhadores Socialistas - e Independentes) chamaram nesse dia 08 de agosto uma plenária nacional dos trabalhadores da aviação com a perspectiva de debater entre centenas de trabalhadores de todo o país sobre os ataques em curso nos aeroportos e uma resposta dos trabalhadores para lutar por nenhuma demissão e nenhuma família na rua.

quarta-feira 12 de agosto de 2020 | Edição do dia

Foram realizadas plenárias por região junto com delegados e agrupações de trabalhadores que não são parte do MAC. Foi possível convocar mais de 6 mil pessoas. Buscando unificar as lutas em distintos locais, até daqueles que nem se quer tem sindicatos, como os jovens precarizados. Estamos convencidos que a crise que enfrentamos é histórica e não há chances de se salvar individualmente.

Os trabalhadores de todo o setor aéreo pelo mundo sofreu um ataque histórico sem precedentes. Aos planos pré pandemia das linhas aéreas para flexibilizar nosso trabalho, se somou a crise do COVID-19, sendo a oportunidade perfeita que as empresas acharam para suspender para demitir e rebaixar salários e acordos trabalhistas. Na Argentina estamos sofrendo essa situação entre efetivos e terceirizados, de empresas privadas e estatais, ainda que o ataque mais severo esta sendo contra os trabalhadores da LATAM, na qual toda a força de trabalho esta ameaçada, tanto de efetivos como terceirizados, um total de 3 mil pessoas.

Contudo não são os únicos, as trabalhadoras e trabalhadores do pátio de comida tiveram seus salários reduzidos drasticamente, a situação é similar entre os trabalhadores que prestam serviço de limpeza no aeroporto, tendo seu salário reduzido pela metade e com ameaças de desemprego. Aos empresários miseráveis, que ainda sim seguem enriquecendo às custas do nosso trabalho, não lhes importa se os trabalhadores morrem por COVID. O que estão fazendo com os funcionários é um verdadeiro crime social, por isso a necessidade urgente de enfrentá-los.

O ataque que começou vai ser maior com o desenvolvimento da crise capitalista e a saída do confinamento não fará mais que agravar-la porque deixará de existir a proibição das demissões (na Argentina), e cortarão os subsídios que, ainda que insuficientes, contém um pouco a situação. As conseqüências vão ser drásticas para todos os setores de nossa classe e do povo pobre.

Os empresários tentaram impor seu programa, que não é mais que demissão em massas, desemprego crescente e congelamento salarial. Ou seja, um deterioramento qualitativo do nível de vida de milhões, alguns dos quais já vivem na miséria. Essa miséria que já se aprofundou nesses meses de pandemia onde se perderam não somente postos de trabalho e nível aquisitivo, mas também vidas dos trabalhadores por conta da política patronal do governo que os obrigou a trabalhar sem nenhuma necessidade verdadeiramente efetiva em muitos casos, e sem os equipamentos de proteção necessários.

A precarização do sistema de saúde, a obrigatoriedade a ir trabalhar aqueles que não são realmente essenciais, esta fazendo que os casos de contágio e mortes sigam crescendo, principalmente entre os setores mais pobres e que moram em locais insalubres onde falta água e acesso a produtos de higiene. Os trabalhadores da LATAM na Argentina, e a comissão de higiene e segurança fizeram uma coleta de produtos e foram, juntos aos trabalhadores da fabrica ocupada Madygraf, à esses bairros, porque justamente a luta dos trabalhadores pela saúde e a vida é nos locais de trabalhado e nos nossos bairros, unificando com esse setores mais carentes.

São eles ou nós

Para dar uma saída em beneficio da grande maioria da população, e não de um punhado de empresários que são os que sempre saem ganhando, precisamos nos organizar e coordenar a todos os lutadores dispostos a enfrentar esses planos de ajustes, e dos setores mais conscientes de que essa luta é de toda a classe trabalhadora e que necessitamos de um programa e discussão entre todos para avançarmos.

As patronais têm suas organizações, as grandes corporações decidem desde grande parte da política que crêem necessárias em cada momento para impor seus planos. Os trabalhadores precisam de organizações que estejam à altura de responder. A CGT (central sindical Argentina) se reúne com a associação Empresarial Argentina (AEA) e solta comunicados defendendo os interesses dos empresários que demitiram e exploram seus empregados em meio a pandemia. Os sindicatos aeronáuticos seguem pedindo paciência aos trabalhadores da LATAM, enquanto avançam os as licenças voluntárias, que são demissões encobertas. E enquanto atacam aqueles que estão se organizando para resistir, a pesar de todas as dificuldades desse momento.

A agrupação “El Despegue” esta chamando uma assembléia nacional de trabalhadores aeroviários e aeronautas para discutir e votar um plano de luta. Queremos votar uma data para uma grande mobilização nas ruas, não podemos deixar que a direita podre seja a que ocupe as ruas. Centenas de trabalhadores da LATAM mostram o caminho com as mobilizações muito grandes e organizadas que podem ser feitas sem colocar em risco a saúde.

Para pressionar as centrais sindicais, os trabalhadores precisam se reagrupar e organizar os setores mais avançados politicamente lutando para que nossa voz seja ouvida também entre os milhares de aeronautas que vêem com bons olhos a luta que já esta sendo dada todo os dias na porta do Aeroparque, na defesa dos postos de trabalho e pela continuidade do trabalho e contra os ajustes.

Lutados para recuperar os sindicatos para que sejam uma ferramenta democrática e de luta no interior dos aeroportos, mas, mais que tudo, para que sirvam para organizar os trabalhadores, o povo pobre, e a juventude, porque é a única forma de enfrentar o que está por vir. Querem descarregar todo o peso da crise sobre os trabalhadores, para que sigam ganhando com nossa miséria. São eles ou nós.




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