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Paralisação | Trabalhadores da CSN de Congonhas-MG e Volta Redonda-RJ realizam paralisações por reajuste salarial e PLR

Há uma semana, os trabalhadores da CSN de Congonhas-MG estão paralisados exigindo PLR, reajuste salarial e outras pautas. Nesta quarta, os trabalhadores realizaram um protesto em frente à empresa. Em Volta Redonda - RJ, os trabalhadores começaram a se organizar nesta terça, e ontem também realizaram uma paralisação. É preciso unificar as lutas em curso!

quinta-feira 7 de abril de 2022 | Edição do dia

Foto: Trabalhadores da CSN de Volta Redonda paralisados na Usina Presidente Vargas.

A paralisação em Congonhas-MG iniciou-se no dia 31 de março, após a empresa não ter dado respostas sobre as reivindicações dos trabalhadores, que haviam sido declaradas pelo Sindicato Metabase dos Inconfidentes à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) - Mineração desde o dia 21 de março. Após a paralisação, a empresa fez uma proposta que não atendia às reivindicações, e solicitou que os trabalhadores suspendessem o movimento para negociarem essa proposta. Entretanto, em assembleia no domingo dia 3, os funcionários decidiram que não suspenderiam a paralisação, que seguiu bastante forte.

A empresa está tentando vencer os trabalhadores pelo cansaço, e desmarcou a reunião de negociação que estava agendada. Diante disso, os trabalhadores se mobilizaram e foram para a frente da empresa nesta quarta, a fim de paralisar toda a produção. Conforme relata o jornal Mais Minas, dentre as reivindicações, destacam-se:

  • Pagamento do Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR);
  • Reajuste salarial que cubra as perdas salariais dos últimos dois anos;
  • Reajuste no cartão-alimentação de, no mínimo, o dobro do valor que é pago;
  • Plano de cargo de salários para que haja o pagamento de, no mínimo, um salário e meio para os funcionários.

Em Volta Redonda-RJ, os trabalhadores da CSN começaram a se organizar por pautas semelhantes, primeiramente no setor da manutenção nesta terça-feira, e nesta quarta a mobilização se fortaleceu e os trabalhadores também paralisaram as atividades. Os trabalhadores estão tendo que se organizar de maneira independente, uma vez que o sindicato dos metalúrgicos da região, dirigido pela Força Sindical, não está apoiando o movimento.

De acordo com a Istoé, a CSN registrou lucro líquido de R$13,6 bilhões em 2021, registrando um aumento de 217% em relação ao ano anterior. Enquanto toda essa riqueza é repassada para os acionistas majoritários da companhia, aos trabalhadores restam os salários baixos, nada de PLR e benefícios como vale-alimentação bastante defasados.

Neste ano, completam-se 33 anos do massacre realizado pelo governo Sarney, ao fim da ditadura militar, contra os trabalhadores em greve da CSN de Volta Redonda. O movimento em 1988 foi brutalmente reprimido, culminando no assassinato de 6 trabalhadores dentro da usina. A brava luta que os trabalhadores travam hoje é, portanto, uma luta contra essa empresa assassina, e é parte de recuperar o legado daqueles companheiros que caíram.

Em todo país, vemos categorias se levantando contra a situação de precariedade e miséria imposta pelo governo Bolsonaro-Mourão. Em Minas Gerais, vemos a forte greve dos professores municipais e estaduais, assim como com a mobilização dos metroviários de Belo Horizonte. No Rio de Janeiro, os garis também estão mostrando grande disposição de enfrentamento com sua greve. É preciso que as grandes centrais rompam com a sua paralisia eleitoreira e cerquem de solidariedade essas paralisações da CSN, as unifiquem com as outras lutas que estão em curso, em um plano de lutas unitário, com mobilizações e paralisações conjuntas em todo país. Não há como esperar que as eleições resolvam essa profunda crise, ainda mais frente a um cenário eleitoral em que o PT busca fazer uma “oposição” a Bolsonaro e a extrema direita se aliando a reacionários privatizadores como Alckmin, e sem defender a revogação das reformas.

Organizar essa luta nacional é necessário para impor uma saída de fundo para a CSN, junto a outras empresas de mineração e siderurgia que foram privatizadas, lucraram bilhões por vários anos e depois descarregam sua crise em forma de crimes ambientais e demissões. Uma saída que passa pela reestatização sob controle dos trabalhadores, que é a única forma de garantir salários e condições dignas a todos trabalhadores e um uso racional dos recursos sem colocar em risco as vidas e o meio ambiente.




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