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ATRASO DE SALÁRIOS | Trabalhadoras da saúde a Witzel: "não queremos aplausos, queremos receber"

Trabalhadores da saúde do Hospital de Campanha do Maracanã e de São Gonçalo, que Witzel quer fechar, protestaram 2 dias seguidos contra as demissões e o atraso de salários.

sábado 18 de julho de 2020 | Edição do dia

Imagem: Luiza Moraes

Witzel quer fechar hospitais e demitir trabalhadores que estão com fome, sem receber há 2 meses, o governador se aproveita da queda do número de casos para atacar a saúde. João Carlos, enfermeiro, deu uma declaração ao Globo revoltado por essa situação:

— Eles desligaram a gente da noite para o dia. E lá ainda há pacientes gravíssimos no CTI. Não nos avisaram nada. Só colocaram a gente para a rua. Estamos há dois meses sem pagamento, sem vale-transporte, com gente precisando pagar aluguel, comida para os filhos. Ninguém veio falar com a gente ainda.

Profissionais da saúde estão revoltados e fizeram dois dias seguidos de manifestação em frente ao hospital de campanha. Estão com 2 meses de salários atrasados e descobriram, de uma hora pra outra, que seriam desligados. Os trabalhadores da saúde que estiveram na linha de frente na luta contra o coronavírus, agora que os casos caíram, são simplesmente descartados. Sem a força desses que arriscaram a vida para combater a pandemia, com certeza toda a população estaria em uma situação bem pior.

Esses trabalhadores são os mesmos que tiveram que trabalhar em condições insalubres, sem direito a EPI´s no Rio, lembrando que foi no Hospital de Campanha do Maracanã que enfermeiras, em sua maioria negras, tiveram que dormir no chão. Agora chegou ao cume dessa situação degradante que Witzel impõe aos profissionais da saúde desde o início da pandemia.

Imagem: TV Globo

Ao O Globo, uma enfermeira que estaria escalada para o plantão da sexta-feira disse que, no dia 8, todos os trabalhadores foram chamados para uma reunião, que não foi especificado o tema. No local, foram informados de que haveria antecipação de quebra de contato sem nenhuma informação de como seria feito:

— Eu não assinei, mas quem assinou corre o risco de não receber a rescisão, já que não recebeu o salário e ainda concordou com o que está escrito. Então, a situação é bem complicada, já que o RH não está mais aqui, não demos baixa na carteira e não sabemos como é que vai ser.

É escandaloso que esses profissionais estejam passando por essa situação terrível nas mãos do governador, responsável pelo descalabro na saúde do Rio. Witzel e Crivella são responsáveis por milhares de mortos que não tiveram acesso aos respiradores e outros tantos milhares que morreram em casa, pois não haviam leitos disponíveis. Enquanto a UFRJ fez vaquinha pra conseguir produzir respirador 10 vezes mais barato e a UERJ produz face Shields, esperaram da China materiais e ainda atrasaram pra entregar os hospitais de campanha, em meio a um escândalo de corrupção de grandes proporções.

Que os bens da empresa Iabas sejam tomados e os lucros de seus proprietários, expropriados. São esses empresários sanguinários que devem pagar pela crise, não os profissionais da saúde e a população. Por isso defendemos Júri Popular para os casos de corrupção, que a partir desses lucros, se pague imediatamente os salários desses profissionais com o dinheiro que nos foi roubado.

Esse caso escandaloso novamente joga luz sob o terrível modelo de terceirização da saúde, são empresas que teoricamente não teriam fins lucrativos que escondem seus ganhos e lucram sob as mortes. Por isso, se reforça a necessidade de defendermos um SUS 100% estatal sob controle dos próprios trabalhadores da saúde.




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