Desempregadas e sem receber seus direitos. Essa é a realidade das trabalhadoras da limpeza das escolas municipais de Campinas, que, após muita luta e até mesmo greve exigindo o pagamento dos salários, vale alimentação e transporte, estão sem receber as verbas rescisórias, nem foram recontratadas pela nova empresa.
segunda-feira 11 de abril de 2022 | Edição do dia
Imagem: Reprodução EPTV
Mais um episódio do drama vivido pelas trabalhadoras da limpeza das escolas municipais de Campinas. Como já noticiamos neste diário, em março elas entraram em greve exigindo o pagamento dos salários, vale alimentação e vale transporte. Com mais de uma semana de atraso, os salários foram pagos e a prefeitura entrou com processo contra a empresa, Especially, alegando que estava repassando os valores, mas a empresa estava atrasando os pagamentos.
Uma nova empresa foi contratada, e deveria recontratar todas as trabalhadoras. Surpresa foi para várias delas, que descobriram no sábado, na fila em frente a empresa com centenas de outras trabalhadoras, que seus nomes não estavam na lista de quem deveria ser recontratada. Sem nenhuma justificativa, apenas foram orientadas a esperar em casa, enquanto as contas vencem, a comida acaba e o desespero bate na porta.
Como se já não fosse uma situação absurda e crítica, a empresa anterior, que deveria pagar as verbas rescisórias e o salário na semana passada, até agora não pagou pra maior parte das funcionárias. Tem relatos de trabalhadoras que foram até parar no hospital frente ao desespero de não receber o que é seu de direito, nem saber se terão um trabalho ou não.
A terceirização, que já rebaixa salários, retira direitos e coloca os trabalhadores em jornadas extensas sob condições extremamente precárias de trabalho, agora não paga os salários e deixa centenas de famílias sem ter o que comer. Enquanto isso, o prefeito Dario Saadi (Republicanos) lava as mãos, alegando que os pagamentos por parte da prefeitura estão em dia.
É urgente que o sindicato dos servidores municipais (STMC) inicie uma campanha exigindo o imediato pagamento dos salários e recontratação de todas as trabalhadoras. As trabalhadoras da limpeza das escolas municipais de Campinas, fora vanguarda na luta contra a precarização do trabalho dos serviços públicos. Chamamos a esquerda da cidade, outros sindicatos e oposições a iniciarem campanhas de solidariedade e arrecadação para as trabalhadoras e que responsabilize frente a população as empresas terceirizadas e o governo Dario Saadi.
