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REVOLUÇÃO RUSSA | Tomada do Palácio de Inverno marca 100 anos da revolução russa hoje, entenda como foi

terça-feira 7 de novembro de 2017 | Edição do dia

Silêncio, poucos tiros e rendição sem praticamente luta dos membros do governo provisório e comemorações por parte dos operários e camponeses russos, liderados pelo partido bolchevique. Prédios públicos eram ocupados um à um, da calada da noite até a manhã, pelo poderoso exército vermelho organizado pelos bolcheviques. Em algum momento do dia, enquanto ocorria o II Congresso dos Soviets, balas de festim foram lançadas pelo Cruzeiro Aurora, ao Palácio de Inverno, à mando de Leon Trotsky, e os últimos membros do governo provisório se rendiam à revolução russa.

Esse era o cenário na manhã de 07/11/1917 em São Petersburgo (na época, Petrogrado) na Rússia, data da tomada do poder no Palácio do Inverno. Não só o nome da cidade que mudaria, também o calendário juliano, que marcava outubro ao invés de novembro (e fevereiro ao invés de março), seria mudado pelo gregoriano (ocidental). Muitas outras velharias além destas foram jogadas na lata do lixo pela revolução.

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Ao contrário da propaganda da burguesia internacional contra a revolução russa, a revolução russa não foi obra do caos ou da "insanidade" do povo russo, e nem de meia dúzia de conspiradores. De maneira organizada através dos Soviets operários, os comitês de auto-organização dos trabalhadores, e dos Soviets de soldados conformados por soldados camponeses aliados da revolução, a classe operária russa ganhou a esmagadora maioria camponesa em apoio ao primeiro governo de trabalhadores da história, na Rússia, cuja primeira realização era atender a reivindicação pela qual foi feita a revolução: Pão, paz e terra.

Estas medidas, pelas quais camponeses e operários derrubaram o Czar em março, não foram atendidas pelo governo provisório e burguês de Kerensky, demonstrando as teses de Trotsky e Lenin, que afirmavam o caráter reacionário da burguesia russa dependente da autocracia czarista, do latifúndio e dos compromissos com a nobreza.

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De um lado, o Czarista Kornilov preparava um golpe militar contra o governo provisório de Kerensky para então silenciar o impulso revolucionário de camponeses e operários à força. De outro, camponeses e operários exigiam do governo provisório a saída imediata da guerra, o fim da escassez e a distribuição de terras. Com o anúncio do golpe contra os Soviets, Kerensky recusa-se a defender o II Congresso dos Soviets do golpe, e vendo isso, operários e camponeses assumem o controle da cidade em defesa da revolução.

A revolução russa trouxe o fim da participação da Rússia na guerra imperialista, a divisão das terras entre os camponeses acabando com o latifúndio, e a divisão do pão e de tudo o que era produzido, através da expropriação da burguesia e do controle operário da produção.

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A burguesia internacional, aterrorizada com a possibilidade de que esta revolução se alastrasse, invadiu a Rússia e financiou uma guerra civil interna que durou cerca de três anos consumindo e destruindo em grande parte o potencial produtivo da Rússia. Essa última batalha interna a burguesia imediatamente perde, porém no campo internacional, os processos revolucionários desencadeados na Alemanha e no Leste Europeu, impulsionados pela onda revolucionária russa, são desviados ou cooptados. Do isolamento na Rússia começa a surgir a fração de Stalin, agente da burguesia no processo de conter os revolucionários dentro da própria Rússia, perseguindo e assassinando os velhos líderes bolcheviques, agindo para conter a onda revolucionária que se alastrava pelo resto do mundo.

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