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Professor ativista da causa LGBT+, contra a guerra as drogas e um diretor de escola que não se curva diante do desmonte da rede de escolas estaduais do RJ, era uma das pessoas pesquisadas pelo assassino de Marielle e Anderson.

Após a prisão de Ronnie Lessa, um dos suspeitos da execução de Marielle Franco e Anderson Silva, foram descobertos em seu computador, pesquisas sobre várias personalidades da esquerda, entre elas o professor Pedro Mara. Ao receber esta informação através da imprensa e posteriormente por contatos da PSOL na segunda-feira dia 18/03, o professor prontamente licenciou-se do cargo de diretor do CIEP 210 em Belford Roxo e anunciou que teria que deixar o Rio de Janeiro. No dia seguinte, Pedro teve uma reunião com membros da OAB mediada pelo Reitor da UFRJ Roberto Leher, que garantiram acompanhar o caso e “buscar vias institucionais para fortalecer sua proteção”, como afirmou o secretário da instituição e presidente da CDH, Álvaro Quintão.

quarta-feira 20 de março de 2019 | Edição do dia

Mas o que pode ter feito um professor para despertar o interesse da mesma camarilha que matou Marielle Franco?

Pedro Mara, primeiro apareceu como ativista das causas LGBT+ e também pela liberação da maconha e pelo fim da política de guerra as drogas. Chegou a ser pré-candidato a deputado pelo PSOL e em 2016 se tornou um dos primeiros diretores eleitos, ainda durante a greve de professores, devido principalmente a uma intensa mobilização do movimento estudantil, que ocupou o CIEP 210 Mario Alves de Souza Vieira e ter sido um grande apoiador da causa dos estudantes. Em um evento do “escola sem partido” na câmara de vereadores de Niterói, após fazer um discurso defendendo pautas contra o famigerado projeto, despertou a atenção dos Bolsonaro, apoiadores do projeto e aliados do vereador local que representa o projeto no município.

Após isso e por seu histórico, os Bolsonaro entraram com uma representação no ministério público acusando-o de apologia as drogas, devido a uma tatuagem de folha de maconha no seu braço, o que gerou também um processo administrativo da SEEDUC e perseguição nas redes sociais. Os processos acabaram por serem arquivados e tão pouco impediram Pedro Mara de continuar diretor, mas foi o suficiente para torna-lo um alvo preferencial das campanhas escola sem partido, e claro, da base apoiadora da família Bolsonaro.

O caso de Pedro se torna central em um contexto em que estão surgindo indícios vários de ligação da família Bolsonaro com os assassinatos, já que na lista do assassino, além de Pedro, havia também Marcelo Freixo. Todos inimigos do clã Bolsonaro. As investigações seguem, jornais internacionais como NY Times fazem especulações desta suposta ligação e aqui o caso segue nebuloso, pois ainda não há mandantes, além de haver uma linha que aponta Ronnie Lessa como alguém que agiu sozinho por ódio. Uma versão que pode até parecer condizente com a clima de ódio político suscitado por declarações de extrema-direita, que assim como aconteceu na Nova Zelândia, pode levar a ataques extremistas. Algo que já vem crescendo no Brasil, como também podemos ver nos ataques e ameaças a escolas que aconteceram nas últimas semanas.

No caso de Ronnie Lessa, isso parece mais uma tentativa de desfecho rápido e sem muitos danos políticos do caso dos assassinatos e ameaças. Uma saída que não afete o poder instituído e o próprio estado brasileiro conivente com o para-militarismo parasitário das milícias organizadas por agentes deste mesmo estado assassino, onde agora, com Witzel como governador, tenta capitalizar para si o “resolução do caso”

Em nome de todas as vítimas desde sistema podre que impera no Rio de Janeiro perguntamos, QUEM MANDOU MATAR MARIELLE? E exigimos uma INVESTIGÃO INDEPENDENTE, onde os parlamentares do PSOL, o MP e organismos de diretos humanos internacionais tenham total acesso as provas e pistas da investigação, podendo apontar uma saída oficial diferente da que as autoridades envolvidas, com destaque para a polícia civil do RJ, estão tentando dar.




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