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CORONAVÍRUS | SÃO PAULO | Testes massivos já! Plano de Doria é insuficiente para garantir a vida dos trabalhadores

Nesta quinta-feira (23), o governador João Dória anunciou que montou uma rede com capacidade de fazer até 2.000 testes diários para identificar infectados pelo coronavírus, que se limita a examinar casos graves. Tal medida, conforme Dória, estará vinculada à laboratórios da universidade de São Paulo para sua realização, no entanto, é insuficiente frente ao cenário posto atualmente, que exige a contratação de todos os trabalhadores e estudantes desempregados que atuam na área da saúde, entre outras medidas mais radicais à altura dessa crise.

segunda-feira 23 de março de 2020 | Edição do dia

No mesmo anúncio, Covas, que fez parte da comitiva, disse que promoveu o remanejamento do dinheiro do programa Fundurb, fundo de desenvolvimento urbano, voltado para obras da cidade e habitação, para combater o coronavírus. Dória também anunciou que entrou em contato com 130 empresários com o mesmo objetivo e finalizou elogiando a medida provisória de Bolsonaro, que ia permitir a suspensão dos salários de trabalhadores nos próximos 4 meses.

Compreendendo a gravidade da crise, as medidas anunciadas pelos dois políticos não estão à altura do que é necessário para o combate ao vírus, sobretudo, quando a maioria dos contágios são promovidos por pessoas assintomáticas. Partindo desse marco, é preciso que as universidade coloquem todo o seu aparato científico para produzir testes rápidos a toda a população para que se pensem políticas exclusivas para aqueles que de fato estão não doentes, não sendo necessário isolar todos.

Outro ponto é que, para tanto, é necessário a contratação de trabalhadores e estudantes desempregados da área da saúde, concomitante a revogação dos teto de gastos, de modo que se garanta que exista corpo suficiente para aplicação em massa dos testes. Porém, o que se vê tanto por parte do governos, federal, estadual e municipal, são políticas de precarização do trabalho, que podem ser exemplificadas pela MP que o presidente tentou aprovar, entre tantas outras medidas.

Isso sem mencionar a grave situação dos leitos nos hospitais, tanto regulares quanto de UTI. Segundo o governo são 200 leitos de UTI prontos agora, sendo que estamos falando do estado com o maior número de casos. A promessa são mais 600 leitos até 10 de abril. Novamente, se voltarmos para os números especulados pelo próprio governo, estaremos falando de cerca de 900 mil casos dos contaminados que desenvolveram sintomas, e dentro destes 900 mil, muitos que necessitaram de leitos de UTI. O número fornecido por Doria e seus secretários, ainda está muito aquém do necessário para garantir a vida da população frente a esta crise.

Por isso falamos da necessidade de colocar toda a estrutura dos hospitais privados e suas redes sob intervenção, e controle direto das e dos profissionais da saúde que são os grandes heróis e heroínas da classe trabalhadora, trabalhando turnos estendidos em nome da saúde da população. Além disso, a estrutura de hoteis, e também das centenas de prédios abandonados na cidade de São Paulo poderia ser redirecionada para montagem de novos leitos, e de novas estruturas hospitalares para atender toda a demanda que o próprio governo prevê, e que seus próprios números e propostas se mostram completamente ineficientes e insuficientes.

Pensando que a habitação e qualidade desta, pode ser um fator pode tanto agravar, quanto amenizar a crise, é um absurdo que os valores pensados para um programa de planejamento urbano sejam remanejados, sendo que deveria ser discutido uma outra lógica de gestão, na qual a vida da classe trabalhadora de conjunto fosse priorizada, não o lucro. Contudo, esse remanejamento segue a linha aplicado a nível nacional, de continuar garantindo que empresários sigam lucrando, tal como próprio Dória expressou no anúncio de hoje, quando, ao invés de pensar em medidas efetivas, mostrou que prioriza o diálogo com empresários.

Posto esse quadro, é necessário, além das contratações e da revogação do teto de gastos, exigir uma novo modelo de gestão, uma vez que não é possível ter confiança nesses setores políticos que privilegiam o lucro. Modelo esse no qual os trabalhadores sejam sejam os administradores e direcionem, à luz de suas necessidades, os rumos dos principais setores, especialmente da saúde.




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