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Greve pelo salário | Terceirizados da UFMG entram em greve contra o atraso de salários. Pagamento integral já!

Dezenas de trabalhadores cruzaram os braços na universidade, a partir dessa terça-feira (13), depois de dias sem receber o salário. Um reflexo direto dos cortes de Bolsonaro na educação, da Reitoria da UFMG que escolhe despejar a crise nas costas dos setores mais precarizados e da empresa parasita Conservo, assim como as terceirizadas em outras universidades do país, como a UFRN, UFRJ e Unicamp.

quarta-feira 14 de dezembro de 2022 | Edição do dia

Os trabalhadores estão há dias sem receber seus salários e decidiram cruzar os braços. A greve começou ontem e os trabalhadores receberam a promessa de pagamento dos salários até hoje (14). Porém, até o momento que escrevemos essa nota, não temos a confirmação do pagamento. Uma situação absurda levada adiante pela empresa Conservo e pela reitoria da UFMG. Veja abaixo relatos dos trabalhadores:

"Ficamos sem o pagamento de novembro, sem a cesta básica e já tem três meses que não depositam nosso FGTS".

"Meu salário é R$ 1.551 e tem desconto. Não recebi nem o tíquete-alimentação e o vale-transporte ainda, estamos vindo trabalhar com o que tem no cartão de passagem. Está todo mundo no sufoco, eu moro com meu filho e pago aluguel, hoje em dia a gente trabalha só para pagar as contas. O terceirizado é o primeiro a sofrer. Quando falam em corte, já pode pensar nos terceirizados”.

É um reflexo direto de Bolsonaro na educação. O último bloqueio de verbas levou as universidades públicas a uma situação extremamente grave, com muitas sob risco de fechar as portas. Somente na UFMG, somando o último bloqueio de verbas com o de maio, soma-se algo em torno de R$ 16 milhões a menos no orçamento. Assim como no caso dos terceirizados, os primeiros a sentirem os cortes foram os estudantes que tiveram o repasse de suas bolsas atrasadas.

A empresa terceirizada Conservo lavou as mãos afirmando que não conseguiu pagar os salários por não receber o repasse de verbas por parte da Reitoria. A Reitoria, comandada atualmente por Sandra Regina Goulart Almeida, por sua vez, também lavou as mãos, afirmando que a empresa deveria pagar até três meses de salário mesmo sem o repasse de verbas, conforme o contrato assinado com a universidade. Veja a declaração da Reitoria:

"Uma das empresas, no entanto, não conseguiu cumprir essa exigência. A UFMG está em negociação para viabilizar meios de efetuar o pagamento diretamente aos profissionais contratados, assim que os recursos forem repassados para a instituição".

O fato é que a Reitoria administra os cortes de Bolsonaro na educação, escolhendo despejar a crise nas costas dos setores mais precarizados da universidade, como os terceiriados e também estudantes cotistas. Trata-se de uma escolha política manter o regime de terceirização na universidade, assim como atacar esse setor. Enquanto isso, os setores da burocracia universitária, base que sustenta a Reitoria, seguem com seus super salários em dia.

A terceirização é um regime de trabalho que mata diariamente trabalhadores por todo país. É um regime precário, bancado com salários de fome e sem direitos trabalhistas, afetando principalmente os setores mais precarizados da população, uma maioria de mulheres negras. A prática de não pagar salários, como faz a Conservo, é recorrente entre essas empresas parasitas.

Por tudo isso dizemos que é uma só luta contra os cortes na educação, pelo pagamento das bolsas e os salários dos terceirizados. A unidade entre estudantes e trabalhadores pode derrotar os cortes de Bolsonaro e garantir o pagamento em dia dos salários. Além disso, é necessário questionar esse regime ultra precário que é a terceirização, defendendo a efetivação imediata de todos os terceirizados sem necessidade de concurso público.




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