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PARALISAÇÃO DE TERCEIRIZADOS | Terceirizadas da USP e do Metrô se mobilizam pelo pagamento dos salários

Durante o carnaval, na surdina, a empresa Higilimp retirou o maquinário das unidades da USP. Os salários das trabalhadoras e trabalhadores já estão atrasados. No Metrô de SP ocorre o mesmo, sendo que o Ministério do Trabalho já ordenou o pagamento de todos os salários e benefícios atrasados, mas a Higilimp segue descumprindo o acordo e o Metrô é conivente com esse desrespeito.

quinta-feira 11 de fevereiro de 2016 | 11:19

Hoje, cerca de 60 trabalhadoras e trabalhadores terceirizados de várias unidades da USP amanheceram em luta. Neste momento, estão reunidos na frente da reitoria e exigem uma reunião para negociar o pagamento imediato de seus salários, um direito elementar de qualquer trabalhador. E também que não haja nenhuma demissão, pois são não culpados pela crise da empresa. Assim como já ocorreu outras vezes, se a Higilimp for sair, então a USP deve exigir que a próxima empresa contrate essas trabalhadoras que estão há anos realizando seu trabalho na universidade.

Marcello Pablito, diretor do Sintusp e coordenador da Secretaria de Politicas Anti-Racistas do Sintusp denunciou que “Essa é a condição das negras e negros na USP, pra quem tem dúvida se a USP é racista ou não. A imensa maioria dos negros entram apenas pra trabalhar e nos postos mais precários. A terceirização é uma forma de escravidão e a reitoria não só é conivente como está tentando desmontar a Universidade inteira pra terceirizar tudo”. Pablito também comentou que não é a primeira vez que empresas terceirizadas fecham e deixam os trabalhadores sem salário e que “o Sintusp sempre estive junto e vamos continuar lutando porque consideramos os terceirizados são trabalhadores da USP. São mais de 200 trabalhadores, centenas de mulheres negras, muitas grávidas, que vão ficar sem emprego. Temos que garantir que as trabalhadoras recebam o salário e não sejam demitidas”.

Em tempo, recebemos a informação de que filhos e parentes da dona da Higilimp já possuem outras empresas prestando serviço na USP.

Nesta manhã, mais de 100 trabalhadoras da Higilimp na linha azul do Metrô também se reuniram e contra o SIEMACO aprovaram a realização de um ato. Estavam apenas trabalhadores que compõem a agrupação Metroviários pela Base, o Sindicato dos Metroviários e Vilma, trabalhadora do bandejão da USP. Além de ser conivente com essa situação a empresa do Metrô de SP está ferindo o direito de greve dos trabalhadores ao contratar outras empresas pra realizar o serviço. Por outro lado, nas estações, as trabalhadoras da Higilimp que chegam pra trabalhar são impedidas.

No Arquivo Público do Estado de São Paulo, no Tribunal de Justiça, nos cemitérios Cachoeirinha, Tremembé, Chora menino e Perus onde a Higilimp presta serviço, seus trabalhadores também não tiveram seus benefícios e salários pagos corretamente.

A falta de direitos e rotatividade imposta pela precarização do trabalho atingem 12 milhões de trabalhadoras e trabalhadores no país e a prática das empresas terceirizadoras sempre é desrespeitar o direito ao salário, as condições de trabalho e sem pudor demitir. Todo esse contingente não pode seguir nessa insegurança que só aumenta frente à crise econômica. As empresas que contratam as terceirizadas também são responsáveis e deveriam imediatamente incorporar ao quadro de funcionários, sem concurso ou processo seletivo, essas mulheres e homens que deixam sua saúde no trabalho pra sustentar suas famílias.

Pagamento imediato dos salários e benefícios!

Nenhuma demissão!

Pelo fim do trabalho precário! Efetivação dos trabalhadores terceirizados sem concurso público ou processo seletivo!

Falam os trabalhadores:

“Meu nome é Jô, trabalho aqui na USP vai fazer 10 anos. Segunda tivemos uma notícia muito triste. Estávamos trabalhando, chegou o pessoal da Higilim e levou todo o maquinário e não deram resposta pra gente de nada. Faliu, porque não estão mais no escritório. A gente tá aqui brigando pelos nossos direitos, queremos receber.”

“Me chamo Cícero, trabalho a 5 anos na USP. Nós estamos sofrendo agressão, nós pagamos aluguel e o gestor da nossa unidade mentiu dizendo que não sabia de nada, mas quando é pra perseguir lá dentro ele sabe todas as coisas. As pessoas que estão aqui estão reivindicado seu salário, é nosso suor, nosso sangue que nós demos e não aceitamos perder como trabalhador”

Vídeos:

“Se não pagar a reitoria vai fechar!”

“Queremos receber, vai ter que resolver”




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