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CRECHES USP | Terceira passeata dos bebês acontece na USP

Patricia GalvãoDiretora do Sintusp e coordenadora da Secretaria de Mulheres. Pão e Rosas Brasil

sábado 28 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Breve histórico. Por que 3ª passeata dos bebês?

A primeira passeata dos bebês da USP aconteceu em agosto de 1975, quando mulheres estudantes e trabalhadores realizaram uma passeata com seus filhos exigindo da reitoria da USP creches dentro do campus, perto dos locais de trabalho e estudo. Essa luta sai vitoriosa e a partir daí começou a se desenvolver um projeto educacional que considera o direito da criança, a tratando como sujeito do seu próprio aprendizado e educação.

Com isso a creche da USP foi se tornando referencia e modelo em educação infantil, tendo recebido diversos prêmios por desenvolver projetos educacionais e culturais, incorporando cultura popular, cultura africana e promovendo uma formação ampla para a criança

A segunda passeata dos bebês aconteceu no inicio de 2015, quando a reitoria anunciou a suspensão das matrículas da creche, mesmo após feitas as inscrições. Isso significaria que em poucos anos a creche deixaria de existir já que não receberia novas crianças. Ao longo de 2015 e 2016 foram conquistadas algumas vitorias parciais através de processos judiciais que possibilitaram a matrícula de algumas crianças, no entanto já há mais de dois anos não há processo seletivo para a creche.

No começo deste ano de 2017 a reitoria decretou o fim da creche oeste, uma das duas existentes na USP. Ainda no começo deste ano a reitoria abriu 58 vagas para o campus Butantã, considerando que a capacidade da creche é de 90 crianças, mesmo depois dos cortes. A capacidade plena da creche, sem considerar o Plano de Demissão Voluntária, que reduziu o quadro de funcionários, seria de mais de 300 crianças, mas a reitoria está conscientemente enxugando o quadros e as possibilidades da manutenção e ampliação da educação infantil. Nossa luta é em primeiro lugar pela manutenção da creche oeste e pela abertura de vagas para que as creches funcionem com sua capacidade plena.

Terceira passeata dos bebês na USP

Foi assim que hoje foi realizada a terceira passeata de bebês, que saiu da creche oeste com dezenas de famílias e apoiadores. Muitas famílias, que tem seus filhos matriculados e querem lutar por seus direitos, famílias que aguardam vagas na creche, apoiadores e educadores, como a ex-diretora da Faculdade de Educação, Lisete Arelaro Ana Mello, do Conselho Municipal de Creches, lutadora histórica pelo direito à educação infantil e o deputado federal Ivan Valente, que colocou seu mandato a disposição da luta, também estiveram no ato.

A marcha seguiu da creche oeste até a reitoria, que se negou a receber uma comissão de negociação do ato, deixando famílias e crianças na chuva, do lado de fora das grades recentemente colocadas para manter trabalhadores e estudantes afastados. O ato terminou ali, com crianças dando aula de diálogo, "aprendemos a conversar em rodas de conversa na creche e com a reitoria não tem diálogo, já que se nega a receber até crianças". Apesar de não haver proposta da reitoria, a representatividade do ato e os apoios crescentes mostram a disposição para lutar.


Temas

Educação    USP



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