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GOVERNO TEMER | Temer quer controlar a PF, comando será trocado

Já faz quase um ano que Temer anunciou que trocaria o comando da Polícia Federal. Sempre que essa decisão parecia iminente, a Polícia Federal deflagrava operações para deixar assentada uma ameaça. Fez isso dias atrás mostrando a fortuna escondida do corrupto Geddel Vieira. Porém, agora é diferente, Temer se sente fortalecido e deve efetuar a mudança dentro de dias como anunciou seu ministro da Justiça.

quinta-feira 7 de setembro de 2017 | Edição do dia

Nessa disputa entre Temer e forças da PF e da Lava Jato a última coisa que importa é o combate à corrupção.

Temer quer salvar os "seus" e a si mesmo. A Polícia Federal, o MPF e os juízes atuam de forma arbitrária, omitem, escondem e guardam informações obtidas com escutas e outras ilegalidades e atuam quando lhes convêm politicamente. Os milhões de Geddel "subitamente descobertos" atestam mais uma vez essa situação.

Veja também: R$ 51 milhões em propina no bunker de Geddel contabilizam a podridão do regime

O que está em jogo é o poder da "casta política" e poder desse "partido da toga e da algema" mas todos eles concordam em tomar medidas contra os trabalhadores e tem um agressivo plano privatista e de entrega do país ao imperialismo. Desde 2015 policiais federais coletam assinaturas em manifestações da direita para que sua instituição tenha as mesmas prerrogativas "independentes" que tem o Ministério Público. Podem os homens de preto que se mostraram tão fortes por anos aceitarem voltar a seu lugar de força de choque de um governo?

Polícia Federal coletando assinaturas em um protesto verde-amarelo de 2016

Temer tateou a correlação de forças para fazer isso, sem escrúpulos mas com estratégia, tenta isolar inimigos e adversários. Só está partindo para atacar a cúpula dessa força armada agora que está mais fortalecido. A Polícia Federal, que junto a alas do Ministério Público tem um projeto de poder que passa por lhes garantir mais e mais autonomia e abrir caminho a empresas estrangeiras com um privatismo ainda mais voraz que o de Temer tenta reagir caçando denúncias como a que desvendou os 51 milhões em dinheiro do corrupto Geddel Vieira.

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou nesta quinta-feira, 7, que há três nomes para substituir o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Leandro Daiello. Em entrevista à rádio CBN, Torquato citou apenas um deles: o delegado Rogério Galloro, diretor executivo da PF. Desde que assumiu o governo depois do golpe institucional, Temer não escondeu que gostaria de controlar a Polícia Federal para tentar minimizar os danos a seus amigos de golpe e a si mesmo.

"São três nomes, não posso divulgar. Um deles obviamente é o delegado Galloro, que é o diretor executivo, tem viajado bastante comigo, que tem ajudado muito na concepção desse plano. Ele e Daiello são os dois mais próximos e mais importantes com os quais eu trabalho na Polícia Federal", afirmou o ministro.

De acordo com a pasta, a mudança do diretor-geral da PF viria junto com um plano para tornar a instituição "mais moderna" e com "mudanças nas estratégias da Polícia Federal". Possivelmente um palavreado para dizer que será uma intervenção para garantir sua própria impunidade.

Temer e seus aliados querem uma intervenção na PF aproveitando a desmoralização de Janot para conter os danos que a PF e o MPF podem fazer.

Poderá a PF responder com novas denúncias nesse "capítulo" da crise do país onde Temer está fortalecido mas pululam as denúncias judiciais nessa guerra de "salve-se" quem puder que acaba com cada instituição e fração política entrando em conflito com outras? A jogada de Temer já está "cantada". Daiello e seus homens de preto farão algo?




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