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TEMER AGRADA AO PARTIDO JUDICIÁRIO | Temer pede aprovação de aumento salarial urgente pro judiciário

Nesta quarta-feira, o golpista Temer realizou pedido para a Câmara para que aprove em regime de urgência o aumento salarial para diversas categorias que compõem o judiciário. A medida visa agradar o “partido judiciário”, que vem ganhando cada vez mais poder no cenário da crise política.

quinta-feira 2 de junho de 2016 | Edição do dia

A própria Câmara havia decidio ontem colocar os pedidos para votação em regime de urgência, mas não havia ainda previsão de dia para a votação. Hoje, o presidente surpreendeu alguns com seu pedido para que a votação ocorra ainda hoje e que seja favorável ao aumento para diversos setores do judiciário.

A decisão não foi espontânea: na segunda-feira Temer já havia se reunido com o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, para discutir o tema. Ainda há diversos relatos que afirmam que ao longo da semana o presidente golpista recebeu diversas ligações tanto de Janot quando de Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), pressionando para que ele atendesse as demandas de aumento salarial.

E, assim, mesmo após as medidas duras anunciadas por seu Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que não apenas deixou claro que pretende realizar ações de austeridade com cortes em gastos sociais e adotas aumento de impostos, mas também endossou o discurso do governo sobre o arrocho salarial para todas as categorias do funcionalismo público.

Acontece que Temer já perdeu dois de seus ministros em menos de um mês de governo, e ambos caíram em decorrência de áudios revelados na delação premiada de Sérgio Machado. Essas medidas apenas reforçam o movimento que o judiciário já vinha adotando desde o começo do processo de impeachment, de tentar se localizar cada vez mais como o árbitro da situação política e da crise institucional.

Não à toa, entre os setores contemplados pelos aumentos estão o Ministério Público, responsável pela condução da Lava Jato, e o Tribunal de Contas da União (TCU), responsável por analisar as contas do governo e quem “levantou a bola” das pedaladas fiscais de Dilma. Como todos sabem, esse “teto de vidro” é compartilhado por praticamente todos os governos anteriores e os governadores dos estados. Além disso, sabe-se lá que outros áudios o Judiciário tem ao seu dispor para “vazar” quando bem entender, e de que forma isso afetaria o governo golpista de Temer, composto por raposas velhas da política cujas mãos estão bem sujas da lama da corrupção inerente à política burguesa.

Em um “jogo de cena” o PSDB manifestou-se contrário à atitude de Temer e ameaçou não votar a favor dos aumentos de impostos exigidos pelo governo. Um dos porta-vozes dessa “revolta” da base golpista foi o deputado Duarte Nogueira, que disse que é inadequado fornecer um aumento salarial logo após a aprovação da mudança da meta fiscal, que prevê um déficit de mais de R$170 bilhões para encher o bolso de especuladores.

Segundo aliados próximos de Temer, o aumento já estava previsto inclusive na meta fiscal. Um destes afirmou que: “Quando o Jucá fez essa negociação, isso foi incluído na previsão de déficit no orçamento. Se não cumprir os acordos enviados, pode abrir margem para uma nova negociação que pode ser maior do que estava acordado. Tumulto e confusão com essas categorias é tudo o que o governo não precisa encarar agora.” Outro ainda afirmou que “Quanto mais demora, mais chance o governo estará dando para os servidores se mobilizarem por novo reajuste”, deixando bem claro que de fato Temer não quer brigas com o “partido judiciário” detentor de tantas delações premiadas (e ainda mais agora que foi fechado o acordo da delação premiada de Odebrecht, uma verdadeira caixa de Pandora dos podres dos políticos).

Mas, evidentemente, Temer não é o único preocupado com o que pode ser feito pelo judiciário, já que todos ali tem o rabo preso com as podridões presentes nas delações. Por isso que nessa terça, os deputados aprovaram o requerimento de urgência de 12 projetos de aumento salarial dos servidores, entre eles dos servidores do Congresso e da Advocacia Geral da União. Já tinham sido aprovadas as urgências de projetos como o que aumenta de R$ 33,7 mil para R$ 39,3 mil o salário dos ministros do STF, e o aumento salarial dos servidores do Judiciário e do Ministério Público. E para os trabalhadores, só arrocho...




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