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Temer e os 200 ladrões no "jantar do teto dos gastos"

segunda-feira 10 de outubro de 2016 | Edição do dia

Em jantar com a base aliada, o presidente Michel Temer criticou os partidos de oposição contrários à proposta do teto de gastos públicos e disse que qualquer movimento para derrotá-la "não pode ser admitido".

Entrevistado recentemente pelo SBT, Michel Temer disse acreditar ter os votos necessários para aprovar a PEC. Durante as últimas semanas, o presidente patrocinou, assim como seus principais auxiliares e conselheiros políticos, uma série de encontros com parlamentes. De acordo com o Temer: "Se eu for me pautar pelo resultado da votação na comissão, que foi 23 votos a favor e sete votos contrários, isso representa 75% no critério da proporcionalidade. Se eu adotar esse critério, vai a quase 380, 390 votos. Mas, evidentemente, nós temos os pés no chão. Se nós obtivermos os 308 votos necessários para aprovação da emenda constitucional, já estamos satisfeitíssimos".

"Nós precisamos ter nesta segunda-feira dos deputados federais o mesmo interesse que demonstraram no dia de hoje", disse o golpista no jantar organizado para reunir forças na votaçao desta segunda-feira.

Segundo o peemedebista, a integração entre os Poderes Executivo e Legislativo é indispensável no país e continuará até o fim do seu mandato.

"Nós vamos dar uma sinalização histórica para o Brasil para darmos o primeiro passo para reestabelecer o crescimento da economia", afirmou.

Como funciona

O “novo regime fiscal” do governo Temer em síntese é representado pela PEC 241. Tal medida transformará o que antes era previsto enquanto piso, previsto na constituição, em teto. Ou seja, antes o governo tinha um mínimo para investir em locais como saúde, educação, previdência e assistência social, esse piso virará máximo, com o governo podendo investir o que foi gasto no ano passado com o reajuste da inflação.

Para 2017, o limite será equivalente à despesa primária realizada neste ano corrigida pela inflação. Daí em diante, será definido pelo valor limite do ano imediatamente anterior corrigido pelo índice de inflação.

É como se uma família que quisesse economizar, pegasse o mês mais apertado e difícil do ano e tivesse as condições econômicas daquele mês durante 20 anos!

A paralisia das centrais sindicais tem de acabar

O "jantar da PEC241" acontece depois das eleições municipais, cumprindo o papel de unificar os golpistas em torno dos ataques depois de um "resultado fabuloso" nas eleições, segundo o presidente. Diz isso mesmo sabendo que o PMDB sofreu importantes reveses eleitorais, principalmente no Rio de Janeiro, sequer indo ao segundo turno num estado historicamente controlado pelos peemedebistas, e em São Paulo, quando sua aposta por Marta Suplicy foi por água abaixo.

O governo quer aproveitar com tudo o relativo fortalecimento superestrutural da direita, sem o cuidado de observar que as urnas não conferiram um cheque em branco para os ataques (basta ver os recordes históricos de abstenções, brancos e nulos nas principais cidades, que em São Paulo e Rio de Janeiro atingiram 34,8% e 42,5% respectivamente).

Enquanto isso a CUT e a CTB assistem a este show de horrores sem esboçar nenhuma reação contra Temer e sua turma de golpistas. Estas centrais sindicais estão de braços cruzados sem fazer nenhuma reação, porque o PT declarou publicamente que não irá incendiar o país contra Michel Temer pois este partido quer mostrar para os ricos que ainda são uma alternativa viável. É preciso que estas centrais sindicais rompam com esta postura cúmplice e coloquem em pé um verdadeiro plano de luta para barrar os cortes e a PEC 241.




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