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DISCURSO GOLPISTA | Temer e Meirelles entre a pressão do mercado e o impeachment

quarta-feira 22 de junho de 2016 | Edição do dia

Nessa terça, 21, o canal abertamente golpista Globo News, destacou na sua programação espaço para os dois nomes fortes do governo, Michel Temer e Henrique Meirelles, explicarem repetidamente suas propostas de corte de gastos como saída para a crise no país. Trata-se de um esforço consciente para ajudar o governo a se legitimar, tranquilizar empresários e investidores internacionais, após os significativos tropeços como a queda de três ministros em apenas 40 dias. Com esses objetivos, os dois figurões insistiram em como a proposta de perdão temporário da dívida dos estados possibilita que tenham recursos para alavancar suas economias, assim como valorizaram a proposta de emenda constitucional que limita os gastos públicos e prepararam bastante o terreno para a reforma da previdência.

Para Temer, o julgamento do impeachment no senado ficou para muito longe e é isso o que atrasa a reforma da previdência, que só será apresentada após passar o período de interino – o golpista admitiu que a partir de agosto, quando ocorre a votação, terá um “campo muito mais amplo para a governabilidade”. Também defendeu a doação de empresas para campanhas eleitorais, dizendo que está ocorrendo uma criminalização das doações, “mas na sua maior parte eu não acredito que tenha sido assim”. Ele defende que cada empresa possa doar somente para um partido, apesar de que segundo a recente delação premiada de Sérgio Machado, Temer teria assumido a presidência do PMDB justamente para controlar os recursos doados pela JBS, a mesma que fez as maiores doações para as campanhas de Aécio e Dilma – empresa que, aliás, tinha Meirelles como nome forte do setor financeiro até esse assumir o cargo no governo golpista.

Perguntado sobre a composição de uma equipe ministerial só de homens e brancos, enquanto a realidade do país é completamente outra, Temer disse que faria o mesmo novamente, mas evitou permanecer no assunto. A mesma postura teve em relação a Eduardo Cunha, um comentário curto, mas sem condenar o colega de partido, “é batalhador no campo político e no campo jurídico”. Também se defendeu das acusações de traidor, dizendo que foi vice de Dilma por “circunstâncias políticas” e defendeu seu ministro da educação, Mendonça Filho, apontado em esquema de corrupção, assim como a secretária de políticas para as mulheres, Fátima Pelaes.




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