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CORONAVÍRUS | Teich admite que podem morrer mil por dia enquanto Bolsonaro diz "E daí?"

sexta-feira 1º de maio de 2020 | Edição do dia

Nelson Teich, o próprio ministro da Saúde, faz balanço de mortes e naturaliza que podem passar de mil por dia, fazendo coro com as declarações de morte de seu presidente Jair Bolsonaro.

Ontem, quinta (30), Teich apresentou balanço do registro de 5.901 mortes no Brasil por COVID-19. O maior número de óbitos foi registrado nos três últimos dias. 474 foram registradas na terça, 449 na quarta e 435 nesta quinta.

"O número de 1.000, se estivermos num movimento, num crescimento significativo da pandemia, é um número que é possível acontecer. Não quer dizer que vai acontecer. A gente tem que acompanhar a cada dia para ver o que está acontecendo para tomar as decisões", disse Teich nitidamente sem se responsabilizar diretamente pelas mortes, num cenário em que pessoas estão abrindo os caixões de seus familiares para confirmar as mortes.

Teich disse também que quer adiantar a feitura da diretriz de flexibilização do isolamento, que revela não só negligência, mas desprezo pela população, justamente por não tomar medidas que possam impedir as mortes e a subnotificação, como testes massivos. Ele diz ainda sobre essa diretriz da flexibilização, estar preocupado com a polarização política.

Na segunda, Teich cancelou a compra de 15 mil respiradores num momento em que milhares de pessoas sofrem e morrem com o COVID-19: "Essa compra de aparelhos, de insumos, tudo isso. Se você comprar tudo para todo lugar ao mesmo tempo é um volume de dinheiro muito maior que se você tivesse parado para comparar a evolução dos diferentes países do Brasil e fosse remanejando. Porque, por exemplo, hoje você tem um número de ventiladores mecânicos que você precisa, aí de repente você dobra a sua quantidade de ventilador mecânico. O que você vai fazer com isso depois?", disse o ministro.

Essa declaração faz coro com Bolsonaro, que se exime da responsabilidade das mortes: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse o presidente como vimos na quinta.

Trabalhadores e os setores mais pobres e precarizados do país, especialmente os negros, estão vendo seus familiares morrerem sem poderem fazer nada, sem saberem a causa exata e sequer terem direito à velório. Sistemas de saúde por todo país começam a colapsar e casos grotescos como as valas comuns que vimos em Manaus.

Jair Bolsonaro e Nelson Teich relegam negacionismo à população e sepultam milhares pelo país. Militares com sua mão de ferro sustentam o bolsonarismo cruel, governadores com o Congresso e o STF querem se mostrar como alternativa. Mas a verdade é que todos os setores da burguesia querem beneficiar a si próprios, dar saídas que não inflamem os ânimos dos trabalhadores contra o capitalismo e seus lucros. Isso se mostra pela necessidade de testes massivos já.

Por isso nós, do Esquerda Diário e do MRT, temos levantado a necessidade dos setores que se reivindicam socialistas à defender uma política correta de Fora Bolsonaro e Mourão nesse 1° de Maio!

Hoje, 11h, esse dia de luta dos trabalhadores começará com um ato-live classista e independente, com a CSP-Conlutas e a Intersindical. Reforçarmos esse chamado pela construção de um polo com independência de classe nesse momento!

Ato-Live 10h30: 1M Classista e Independente - Fora Bolsonaro e Mourão




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