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RACISMO | Tecnologia para aprofundar o racismo: 90% dos presos com reconhecimento facial são negros

quinta-feira 28 de novembro de 2019 | Edição do dia

O uso dessa nova tecnologia no Brasil vem aprofundando o racismo institucionalizado ligado ao encarceramento em massa. Estudo da Rede de Observatórios da Segurança mostram que de toda as 151 prisões ocorridas entre junho e outubro deste mesmo ano, que utilizaram a tecnologia de reconhecimento facial, 90% delas são de pessoas negras.

O monitoramento percorreu os estados da Bahia, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraíba. Trata-se de uma tecnologia recém implementada no país, ainda engatinhando, mas que já escancara a que veio: mirar jovens negros das grandes cidades.

Essa ferramenta de reconhecimento facial, como mostra entrevista feita com Paulo Nunes, pesquisador da Rede de Observatórios da Segurança, vem sendo implementada em locais de grande circulação, como rodoviárias, terminais de ônibus e em locais como o Maracanã e Copacabana. Ainda segundo Nunes, a ferramenta visa pequenos delitos como prioridade de inevstigação, como tráfico de drogas. A maior parte dos presos foi por conta de tráfico de pequenas quantias de drogas. No Brasil, pequenos traficantes são encarcerados em massa enquanto os grandes empresários do tráfico andam de helicóptero e possuem grandes contas bancárias. Quem é preso é o mais pobre, em sua maioria negro.

Há muito sigilo em torno da questão. Não há nenhum fornecimento de dados públicos e transparentes sobre o banco de dados, sobre o algoritmo usado ou mesmo os contratos com as empresas fornecedoras da tecnologia, seja americana seja chinesa.

O avanço de projetos como esse no Brasil visa ampliar o controle autoritário por parte do Estado sobre a população, intensificando lógicas abertamente racistas onde o alvo prioritário acaba sendo sempre o negro. E com isso, não apenas seguir a escalada de repressão, como também aprofundar os números escandalosos do sistema carcerário. No Brasil de Bolsonaro, onde Sergio Moro busca aprofundar a violência contra a população pobre e negra via pacote anti-crime, medidas como essas devem ser amplamente combatidas.




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