A UERJ que encontra-se em greve desde o mês de Março, acumula atraso de bolsas e salários, demissões de funcionários terceirizados, restartante universitário fechado além de inúmeros outros problemas estruturais oriundos de uma política de sucateamento da educação pública por parte do Estado e, que tem a conivência da Reitoria. A atividade que durou o dia todo, parou a universidade e seus serviços no campus Maracanã, aos mais de 100 dias de greve mostrou a importância de ações mais contundentes que busque pressionar tanto a Reitoria quanto ao Governo do Estado.
Isa SantosAssistente social e residente no Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ
quinta-feira 23 de junho de 2016 | Edição do dia
O governo do Estado, atualmente governado por Dornelles - PP, que recentemente decretou estado de calamidade a fim de implementar mais cortes e ajustes nos setores que atendem a população buscando garantir a realização das olimpíadas, é o mesmo que, enquanto realiza encomendas de mais de 9 mil reais em frutas vermelhas, ameaça cortar bolsas dos estudantes cotistas e diz não ter como fornecer nenhum real de reajuste as servidores em greve.
O Estado do Rio declarou “estado de calamidade” e pediu a união um empréstimo de 3 bilhões de reais. Em declaração, porém, Dornelles afirmou que este dinheiro será usado para obras da linha 4 do metro e para o financiamento da “segurança” dos jogos, que na verdade significa melhorias nas ferramentas utilizadas pela polícia para o exercício das suas praticas violentas e de seus assassinatos. Em meio a greve de vários setores da educação, dentre eles da UERJ, em meio a constantes declarações afirmando não saber como será realizado o pagamento do funcionalismo estadual, mais uma vez o governo deixa claro que suas prioridades não envolvem os trabalhadores ou os setores da população que agonizam nas filas dos hospitais.
O “estado de calamidade”, aliado ao pedido de empréstimo bilionário, é nada menos que resultado da falência provocada pelos governos do Estado do Rio de Janeiro. O Rio já acumula uma divida publica superior a 19 bilhões de reais e ao mesmo tempo segue concedendo a empresas, como a AMBEV, isenções bilionárias. Esta dívida é mais uma da contas que a população do Rio não fez, mas vai ter de pagar. Esse é só mais um dos empréstimos que deixam mais ricos setores que não param de lucrar enquanto a crise é descarregada nas costas dos trabalhadores e da juventude.
O governo de Dornelles no Rio, tal qual o governo de Temer em nível federal, se reafirma cada vez mais um governo alheio aos trabalhadores e a juventude. Neste sentido ações como a realizada pelos técnicos e estudantes em greve na UERJ, ações contundentes e ‘radicalizadas, mostram o caminho de uma luta difícil a ser trava com esses governos que governam para si mesmos e para os ricos. Não há cenário fácil para as greves e os trabalhadores em luta hoje no Rio, não há perspectivas de vitória para os estudantes da UERJ, técnicos e professores que não passe por questionar os privilégios da casta política. Não há cenário favorável que não passe por rever e reaver os bilhões de reais destinados em isenções fiscais ou que não passe pelo não pagamento de uma dívida que aos trabalhadores nem mesmo sabem como foi adquirida.