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MACHISMO | Técnico do Internacional faz fala machista e gera repúdio nas redes sociais

Questionado pela repórter Kelly Costa sobre as chances de gol criadas pelo Internacional, o treinador Guto Ferreira fez um comentário machista em sua reposta, dizendo que não ia questionar a repórter “porque ela é mulher”.

quarta-feira 19 de julho de 2017 | Edição do dia

Após a vitória por 1 a 0 do Internacional sobre o Luverdense, partida válida pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro da série B, o treinador do Sport Club Internacional foi questionado pela repórter Kelly Costa da RBS TV sobre os números das finalizações do Internacional na partida. Kelly perguntou se era méritos do adversário a bola não entrar ou se o treinador reconhecia uma falha técnica em seu time. Ao dar a resposta, Guto disse: “Eu não vou fazer essa pergunta para você porque você é mulher e, de repente, não jogou. Todo atleta sob pressão tem a dificuldade de ter foco no lance final. E ele trabalha contra a confiança dele também, dele acertar para ter a confiança. Então eu ia fazer uma pergunta para você, se daqui a pouco, você já jogou para perceber essa situação? Mas, de repente, consegui trazer a resposta mais para essa situação.”

Logo após ao término da entrevista coletiva, o treinador pediu desculpas na zona mista do estádio Beira-Rio, mas não o poupou das críticas dos internautas que, imediatamente, condenaram a resposta de Guto Ferreira nas redes sociais.
Diante da repercussão negativa da declaração, o treinador do Internacional procurou a imprensa para pedir desculpas publicamente à repórter Kelly Costa.

Em entrevista ao programa Redação SporTV Guto Ferreira se desculpou fazendo a seguinte afirmativa: “Tomo a liberdade de pedir desculpas à Kelly Costa, repórter, pela declaração. Eu fui muito infeliz no raciocínio da resposta, acabei me atrapalhando e não quero mudar a opinião de ninguém, respeito a opinião de todo mundo, até porque sei que errei. Qualquer tipo de explicação pode ser interpretada de qualquer outra maneira. O mais importante é você saber que errou para que a gente possa, futuramente, mudar ou não passar por situações como essa. Não é do meu feitio, dentro de casa com esposa, filhos, não é meu feitio de carreira buscar qualquer situação de polêmica. Acho que fui mal e, por isso, estou aqui pedindo desculpas.”

Esse episódio é só mais uma amostra de como o machismo está enraizado no nosso futebol, ainda que as mulheres venham ganhando espaço no cenário futebolístico no Brasil, persiste uma enorme diferença de estrutura, investimento e divulgação do mesmo esporte que também é praticado pelos homens.

O fato ocorrido na noite da última terça-feira, não condiz com a postura de um treinador de um dos clubes mais populares da história do futebol brasileiro, como os próprios torcedores colorados dizem que o Internacional é um clube do povo, é inaceitável que qualquer profissional que tenha qualquer relação com o clube tenha um discurso discriminatório como o praticado por Guto Ferreira. A infeliz declaração machista de Guto Ferreira vai contra as torcedoras do Internacional, que é um dos clubes com o maior número de associados no país e que no qual grande parte do quadro de sócios é composto por mulheres.
Se faz necessário combater o machismo no futebol, tanto dentro quanto fora dos estádios. O futebol é um esporte popular e deve ser acessível a todos, e não há espaço para atos discriminatórios de qualquer espécie dentro do esporte.




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