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USP | TRT nega liminar contra o corte de salários na USP

Em decisão preliminar, justiça mantem corte de salários na USP. Veja declarações sobre os próximos passos do movimento.

sexta-feira 15 de julho de 2016 | Edição do dia

Na noite do dia 14/7, desembargador do TRT emitiu decisão indeferindo o pedido de tutela de urgência feito pelo sindicato dos trabalhadores da USP. A decisão tem caráter preliminar e afirma que a greve suspende o contrato de trabalho e a obrigação de pagamento dos salários, salvo em casos excepcionais. A decisão definitiva cabe ao julgamento do dissídio que deverá acontecer nas próximas semanas, e cabe ao plenário de 18 desembargadores, que avaliarão não somente este tema, mas o conjunto da greve e suas reivindicações.

Esse resultado mostra como a justiça, parte do estado burguês, está fora do controle dos trabalhadores, sendo o conteúdo da decisão frontalmente contrário às greves e aos trabalhadores. “Os trabalhadores precisam contar sempre fundamentalmente com as próprias forças. Por isso a judicialização foi o último recurso, quando a greve foi insuficiente para impor as reivindicações e a devolução dos salários, em grande medida pela dureza do próprio corte de ponto, que está deixando centenas de famílias sem sustento”, disse Marcelo Pablito, trabalhador do Bandejão e diretor do Sintusp.

Os trabalhadores terão assembleia na segunda-feira, que decidirá sobre os rumos do movimento, a partir da proposta do comando de greve de organizar o recuo para preservar a vanguarda e a unidade dos trabalhadores. Para Claudionor Brandão, diretor do Sintusp e demitido político, “Essa é uma batalha de uma guerra que não começou nem terminará aqui. No que se refere à gestão do reitor Zago, já está declarado o movimento de acabar com o sindicalismo para impor um modelo que passa pelo desmonte e privatização da universidade. Medidas anunciadas ou em curso, como a desvinculação do hospital universitário, a não discussão de cotas no vestibular, novo plano de demissão voluntária com corte de centenas de postos de trabalho, e a ordem de despejo do Sintusp, são parte disso. Neste momento é fundamental preservar a unidade e organização dos trabalhadores, ou seja, a capacidade de seguir lutando para resistir a esses ataques”.

Os trabalhadores da USP foram duramente atacados, além da reitoria e da justiça, pela imprensa, e não somente nesse ano, por fazer valer os métodos de luta da classe trabalhadora e ter realizado muitas greves nos últimos anos. “Cada uma dessas batalhas é parte da luta comum com estudantes por uma universidade a serviço dos trabalhadores e do povo pobre que a sustentam e são excluídos dela.

Nesse momento essa luta passa em primeiro lugar pela resistência a cada um dos ataques aos direitos dos trabalhadores e da juventude. É o mesmo que acontece em todo o país, frente aos ataques do governo golpista à educação, aos trabalhadores e aos demais direitos. Outras lutas, para além da USP, que estavam em curso quando nossa greve começou também refluíram. É fundamental buscar a unidade do conjunto dos trabalhadores e da juventude para enfrentar esses ataques”, disse Bruno Gilga, trabalhador da FFLCH e diretor do Sintusp.




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