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PT NA PRESIDÊNCIA DO SENADO | Surpreso com seus novos poderes, Viana do PT irá barrar a PEC, encaminhá-la ou chamar novas eleições?

segunda-feira 5 de dezembro de 2016 | Edição do dia

Graças à decisão de Marco Aurélio de Mello, ministro do STF, o PT retomou posições de poder que não parecia preparado a ocupar. Jorge Viana, senador pelo Acre, primeiro vice-presidente do Senado foi catapultado à sucessão presidencial e ficou em suas mãos como conduzir a agenda de ataques de Temer. Terça-feira que vem iria a votação a PEC 55 e amanhã mesmo Renan iria tentar colocar em votação as medidas contra "abuso de autoridade" que revoltaram o poder judiciário.

Logo após a decisão do afastamento de Renan em caráter liminar, Viana declarou: "Acabei de chegar do Acre e, aqui em Brasília, fui surpreendido pela notícia da liminar do Supremo Tribunal Federal. Imediatamente me dirigi à casa do presidente Renan. A Presidência do Senado tornou pública uma nota, e nós vamos aguardar a notificação oficial. Amanhã teremos reunião da Mesa. Certamente, conversaremos para ver as medidas adequadas que devem ser adotadas".

Sua declaração oficial seria de buscar uma solução na "mesa", ou seja junto a todos outros partidos, incluindo os golpistas do PMDB e do PSDB.

Por sua vez, Lindbergh Farias (PT-RJ) propôs o adiamento da pauta da PEC 55 em meio à crise institucional. Humberto Costa (PT-PE), líder de seu partido na casa, fez vídeo comentando a crise institucional e retomou a proposta do PT de eleições diretas para a presidência, uma proposta que crescentes setores da elite começam a cogitar caso decidam que o governo Temer, uma "pinguela" como diz FHC, não aguente mais.

O jornalista Lauro Jardim d’O Globo, por sua vez, dá como certo que Viana irá acordar a convocação de novas eleições no Senado. Ou seja, faria o oposto de aproveitar-se de sua posição para barrar o ataque que Temer está promovendo que irá acabar com diversos direitos sociais.

Nesta disparidade de informações nota-se mais uma vez o PT utilizando-se da retórica (Lindbergh) e ao mesmo tempo costurando suas posições institucionais enquanto faz propaganda de eleições diretas (Costa) e dando mostras de como é responsável como administrador do Estado, talvez até mesmo abrindo mão de seu cargo de poder, ou no mínimo negociando e acordando tudo com a mesa golpista (Viana). A combinação entre os discursos duros de Lindbergh e a conciliação dos outros senadores se mostra a unidade da orientação partidária: aparentar resistência, mas conciliar.

Partindo da experiência de não resistência frente ao golpe institucional, o que é mais provável é que o PT não oponha resistência a aprovação desses ataques. Para fortalecer-se como alternativa eleitoral em 2018 ou em eventuais eleições antecipadas, mais vale ao PT aparecer como uma oposição responsável do que como um partido que "incendiou o país".




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