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PRIVILÉGIOS DOS MILITARES | Supersalários do “Teto duplex” de Bolsonaro poderiam construir 110 leitos de UTI ao ano

“Teto Duplex” é o apelido dado à nova regra criada pelo governo Bolsonaro para furar o teto constitucional de salários, permitindo que militares e políticos acumulem cargos de servidores e CCs e, assim, reatualizar os padrões da “mamata” à la Bolsonaro. Enquanto isso, população adoece e padece na miséria, fome, filas de hospitais e desemprego.

sexta-feira 21 de maio de 2021 | Edição do dia

A União terá gastos de R$ 66 milhões a mais por ano por conta da nova regra criada pelo governo Bolsonaro. A medida apelidada de “teto duplex” consiste em permitir que militares e servidores públicos aposentados possam receber salário de cargo comissionado e também o valor da aposentadoria e, assim, furar o teto constitucional.

As regras atuais funcionam assim: um militar ou servidor aposentado que seja nomeado para um cargo comissionado pode acumular salários até o teto de R$ 39,2 mil (já bastante alto). Com a nova regra, feita em portaria publicada pelo Ministério da Economia, está permitido furar esse teto de R$ 39,2 mil caso, separadamente, o salário de cada função não o exceda. Ou seja, se o general recebe R$ 39,1 mil pelo cargo militar e R$ 39,1 mil para um cargo de ministro, ele pode acumular seus quase R$ 80 mil tranquilamente. Para Bolsonaro garantir os privilégios dos militares e políticos, o "céu é o limite".

Cerca de 1000 pessoas serão beneficiadas com o “teto duplex”. Entre eles estão os membros do alto escalão do governo federal, como Luiz Eduardo Ramos (ministro da Casa Civil), Braga Netto (Defesa), Hamilton Mourão e o próprio Bolsonaro. O general gaúcho, por exemplo, passa a receber R$ 63 mil por mês apenas para ficar sentado no Jaburu e falar as abobrinhas e barbaridades racistas que vomita de vem em quando. O capitão adquire o posto de presidente mais bem pago da história: R$ 41,6 mil por mês. Uma nova mamata, à la Bolsonaro, com cheiro de farda verde oliva e privilégios de dar ódio.

A cara de pau é grande, só não é maior que a quantidade de dinheiro que o Estado brasileiro gastará para sustentar essa malta de privilegiados: R$ 66 milhões ao ano. Com esse valor, que será irrigado diretamente para as contas de militares e políticos, seria possível construir 110 leitos de UTI por ano, de acordo com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira.

O mesmo valor poderia construir 37 creches por ano que poderiam atender, no total, 7 mil crianças. Ou seja, 7 mil famílias que poderiam ser beneficiadas com esse dinheiro, mas que na verdade serão usados para gastar em churrascos com picanha a R$ 1800 (como os dos amigos de Bolsonaro).

Com a cesta básica a R$ 626,00, esse valor gasto para enriquecer os marajás da política poderia bancar 105.431 cestas básicas para famílias carentes ao ano. Com a vacina custando R$ 55,00, cerca de 1,2 milhões de doses poderiam ser aplicadas no Brasil anualmente. Poderíamos fazer várias outras contas para mostrar como esse dinheiros poderia estar sendo gasto para salvar vidas ou garantir direitos. Longe disso, é só mais uma amostra de como, para Bolsonaro, os militares e seus aliados, a mamata não acabou e nem pretendem acabar.




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