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ELEIÇÕES 2018 | Só com luta e ganhando apoio da população é possível derrotar a privatização no Metrô/SP

sábado 6 de outubro de 2018 | Edição do dia

Em assembleia realizada na última semana, os metroviários de SP discutiram um plano de luta para combater os avanços da privatização no Metrô de SP que cotidianamente vem assombrando e avançando sob os trilhos da cidade, com indicativo de greve para o próximo dia 24. Redução de salários, demissões por "baixa produtividade", terceirização de bilheterias e manutenção, venda da Linha 5 Lilás, leilão da Linha 15 Monotrilho agendado para novembro, falta de funcionários, PDV e o sufoco cada vez maior dos usuários que frente a precarização dos transportes enfrenta superlotação e falhas no sistema cotidianamente pagando caro na passagem. Motivos não faltam para os metroviários e população se indignarem com a privatização do Metrô hoje que avança contra a qualidade dos serviço de transporte prestados na cidade.

Toda essa situação dramática que metroviários e usuários do sistema metroviário enfrentam todos os dias se insere no contexto das eleições onde no governo estadual paulista por um lado duelam o primeiro lugar das pesquisas os "privatistas confesso" João Doria (PSDB) e Skaf (MDB, presidente da Fiesp), ambos patrocinadores e protagonistas do golpe em SP, que saíram nas últimas semanas apoiando abertamente a candidatura de Bolsonaro para a presidência, numa política abertamente reacionária fazendo coro com a extrema-direita paulistana que quer acabar com os direitos trabalhistas, principalmente dos servidores públicos, para satisfazerem os anseios do mercado e do imperialismo, além de serem protagonistas a nível estadual do fortalecendo do discurso de ódio contra as mulheres, negros, homossexuais no estado de SP que prega a extrema-direita nacionalmente. Hoje competem entre si, mas há 2 anos atrás estavam juntos, um com seu pato amarelo na Fiesp, e outro com seu canal de marketingo no YouTube, destilando seu ódio contra os trabalhadores, que buscam militarizar e vender o estado para os seus parceiros empresários, e no Metrô não será diferente, com declarações abertas sobre isso.

Por outro lado, Marcio França (PSB), em terceiro lugar nas pesquisas frente a candidatura do PT estagnada no 4º lugar, veio crescendo nas pesquisas com um discurso puramente demagógico e, buscando e esconder seu passado privatista em que esteve no último governo de Alckmin como vice-governador, se alça como "mal menor" a muitos trabalhadores, principalmente no funcionalismo público como metroviários e professores nas eleições estaduais. Recentemente divulgou um vídeo dialogando com os metroviários, onde dizia que Dória e Skaff "só queriam saber de privatizar", dando a entender que ele não seguiria esse caminho. Difícil de acreditar com quem esteve junto com Alckmin durante todo esse tempo como seu vice, sendo parte fundamental do "programa de desestatização" das empresas públicas em SP, que no Metrô levou a privatização das bilheterias e as concessões das linhas de expansão para a CCR, consórcio parceiro do tucanato em SP.

Essa demagogia em torno de França no Metrô é ajudada pela maioria da diretoria do Sindicato dos Metroviários, CTB e CUT, que apesar de oficialmente estarem fazendo campanha para Luiz Marinho, por baixo desde o primeiro semestre geram ilusão em torno de França. Venderam a reintegração dos metroviários demitidos em 2014 como se fosse um mérito do governador (sendo que como vice de Alckmin França também participou das demissões) e não da solidariedade da categoria durante os últimos 4 anos aceitando um acordo coletivo totalmente rebaixado nas reivindicações para que não houvesse luta que atrapalhasse as eleições. CTB e CUT também abriram uma mesa de negociação com o governo, dizendo que "estaria aberto ao diálogo" já que adiou a entrega da linha 15, porém nada falou sobre o pregão realizado em agosto que entregou o restante das Bilheterias das linhas 1 e 3 para a empresa Liderança.

Se por um lado não devemos ter nenhuma confiança nos candidatos golpistas que querem atacar nossos direitos, não há como deixar nas mãos de Marcio França a esperança de derrotar a privatização, pois sabemos que ele não fará isso. A maioria da diretoria do sindicato, em particular os setores de oposição a maioria, devem construir na base a greve, pois sabemos que CTB e CUT não ir ao construir um verdadeiro plano de luta.

Só conseguiremos derrotar a privatização através da luta e com apoio da população, e para isso diante a situação política nacional marcada pela ascensão de Bolsonaro, a única saída que resta aos trabalhadores é construir uma forte mobilização, que possa gerar condições para convocar uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, para que o povo possa decidir, que é justamente o que a direita mais teme, pois dessa maneira podemos lutar pela re-estatização de todas as empresas como o Metrô de SP sob controle dos trabalhadores.

Justamente por isso, o MRT com suas candidaturas em SP com Diana Assunção para deputada federal, Maíra Machado para deputada estadual, e Marcelo Pablito para deputado estadual, vem lutando nacionalmente junto à outras candidaturas do MRT para que surja uma alternativa independente do PT e sua política de conciliação com os golpistas, e de Ciro com sua vice moto serra de ouro Kátia Abreu, fortalecendo uma voz anti-capitalista nessas eleições manipuladas pelo judiciário autoritário e apoiado pelos militares defendendo um programa para que os capitalistas paguem pela crise, e a defesa de um governo operário e popular.




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