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O DIA DEPOIS DA LISTA DE FACHIN | Só a Reforma da Previdência pode nos tirar dessa lama, o real significado do discurso de Temer

Em meio à enxurrada de inquéritos da lista de Fachin-Janot, o clamor do presidente golpista Michel Temer ecoa nos jornais da burguesia: "Não paralisar a atividade legislativa!" Em outras palavras, garantir a sobrevida do governo com as reformas que destroem direitos históricos da classe trabalhadora, é o que querem os golpistas.

quarta-feira 12 de abril de 2017 | Edição do dia

Na manhã desta quarta (12), ainda na ressaca da divulgação da lista de Fachin-Janot, que acerta em cheio seu governo, o presidente Michel Temer tentou manter um clima de normalidade. Ele evitou citar a lista diretamente, mas as leis e decretos que sancionou e assinou passaram quase despercebidas por entre suas declarações, como se tivesse muito mais a dizer do que os textos que tratava a cerimônia.

A ausência de jornalistas (e suas perguntas sobre aquela lista que não poderia ser citada) também diz muito sobre o tamanho da crise política que se abre mais uma vez no governo. Ainda na terça (11) Temer se reuniu com ministros e senadores para reafirmar que único antídoto eficaz para curar essa crise toda seria a aprovação das reformas, principalmente da Previdência. A mensagem é franca: qualquer possibilidade de respiro neste governo sem votos e sem popularidade significa "mostrar serviço" à classe dominante, retirando direitos e garantindo os lucros dos capitalistas.

Temer não foi pego de surpresa, segundo o Estadão. Este jornal, que ora funciona como conselheiro, ora como agência de propaganda do governo, afirma que Michel já sabia da abertura dos inquéritos antes deles virem a público. Assim, em meio ao cheiro das batatas assando no alto escalão do governo, sua orientação de redução de danos foi o silêncio dos citados e a preparação das defesas.

O clamor de Temer na manhã de hoje dá conta justamente do possível significado mais forte dessa lista, que mira figuras importantes do seu governo. A Lava Jato, como na PEC 55, volta à cena com força, não para limpar o regime e livrar a política da corrupção, mas para mandar um recado a Temer: a Reforma da Previdência está demorando. A crise urge, sobretudo depois da entrada de cena da classe trabalhadora no dia 15 de março, e com uma nova paralisação convocada pelas centrais sindicais para o dia 28 de abril.

Mas Temer e a mídia conselheira insistem em não ligar os pontos. Reclamações como "todo mundo está sendo tratado do mesmo jeito" servem somente como justificativa para ganhar tempo até que sejam públicas as acusações completas, para até lá talvez ter algum avanço no que realmente importa, as reformas. Só que sem suficiente coesão em suas bases - e nem em seu próprio partido - fica tudo mais nebuloso para o golpista.

O dia 28 de abril pode ser uma forte paralisação da classe trabalhadora, que seja capaz de realmente inverter a correlação de forças e colocar em cheque este governo e este regime enlameado. É necessário que, desde já, toda a esquerda construa essa luta em cada local de trabalho e estudo, exigindo das maiores centrais sindicais do país, CUT e CTB, que convoquem assembleias de base imediatamente para organizar uma efetiva paralisação nacional. Fazer com que o dia 28 seja o início de plano de lutas real contra os ataques de Temer, que possa não só barrar essas reformas mas fazer com que os capitalistas paguem pela crise.




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