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COVID-19 E AS FAVELAS | Sem renda, mães negras nas favelas podem morrer de fome em um mês

Segundo a pesquisa “Coronavírus - Mães das Favelas” realizada pelo Data favela e pelo Instituto Locomotiva, as s favelas brasileiras abrigam 5,2 milhões de mães e com média de 2,7 filhos cada uma. A mesma pesquisa mostra que 86% dessas moradoras de favelas morreriam de fome em menos de um mês sem renda para sobreviverem em meio a pandemia do novo coronavírus.

segunda-feira 6 de abril de 2020 | Edição do dia

É triste ver que esse é o destino que tanto os governantes que acham o novo coronavírus uma “gripezinha”, tanto os que defendem as quarentenas sem testes massivos e o isolamento social destinam às mães moradoras de favelas, verdadeiras guerreiras no capitalismo que a maioria das vezes se vêem sozinhas criando seus filhos, sustentando os lares e encarando jornadas triplas de trabalho em empregos precários.

Elas são as trabalhadoras precarizadas e terceirizadas que recebem 60% a menos que um homem branco, são negras e nordestinas que no último ano foram linha de frente na denúncia da política racista e genocida de reacionários como Witzel e Doria. Sentiram ainda mais na pele o que é o aprofundamento do racismo estrutural enterrando seus filhos como na chacina do Falet no Rio de Janeiro e na de Paraisópolis em São Paulo, mães que mesmo assim encaram a vida com um moral distinta e que hoje com a pandemia do novo coronavírus encaram de frente mais uma batalha de vida ou morte.

Celso Athayde, fundador da Central Única das Favelas e do Data Favela denunciou o descaso com essas mães negras: “Temos milhões de mulheres que estão desamparadas por todo Brasil, sem condições de colocar dinheiro em casa por conta do isolamento. Faremos o máximo possível para atenuar as dificuldades, tendo em vista que 50% dos lares são chefiados por mães.”

Bolsonaro e seus ministros só falam demagogicamente que vão garantir a renda mínima de 600 reais e até agora nada, nenhum governador se pronunciou acerca desse problema gravíssimo que é famílias morrerem de fome por estarem sem renda e por não garantirem uma renda de 2.000 reais para os trabalhadores autônomos sobreviverem. Negam o mínimo a tantas “mães de famílias”, nas favelas não tem água, saneamento, insumos de higiene, álcool em gel, etc. nem ao menos testes massivos garantem a essas famílias para que possam saber quem de fato está contaminado.

Veja mais: Bolsonaro não paga os 600 reais e usa a fome de faxineira negra para atacar o isolamento social

Para Witzel operações policiais são a “saída” para o coronavírus nas favelas

Desde agora deve-se garantir uma renda mínima de 2.000 reais para cada trabalhador autônomo, testes massivos para se fazer uma quarentena eficiente e racional, abastecimento regular de água e expropriar hotéis, spas e resorts para quarentenas de toda população de risco, principalmente aos moradores de favelas onde a quarentena são insuficientes e as pessoas continuam expostas ao vírus.

A crise do coronavírus mostra algo que o capitalismo ao longo dos anos sempre deixou bastante claro, mas que agora vai ganhando contornos ainda mais racistas. A vida das mães negras não valem nada frente aos lucros dos capitalistas, em menos de um mês famílias morrerão de fome sem uma renda mínima adequada às suas necessidades, sem preços subsidiados de botijão de gás, alimentos e material de higiene. Faz parte do plano político dos capitalistas de descontarem toda crise nas costas dos trabalhadores e encontram nas favelas e nestas mães um ponto de ataque ainda mais cruel destinando a fome sem uma renda para os trabalhadores autônomos ou a morte pela exposição ao vírus.




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