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RETIRADA DE DIREITOS | Sem política para desemprego, governo ataca demitidos restringindo saques ao FGTS

Segundo matéria do Estadão, fontes que preferem manter o anonimato disseram que a mudança na liberação do saque integral do FGTS em casos de demissão sem justa causa está sendo discutida.

quarta-feira 17 de julho de 2019 | Edição do dia

Como se não bastasse as alterações previstas na reforma trabalhista, onde “por acordo comum entre trabalhador e empresa” se poderia definir o saque de 80% do valor do FGTS e mais uma multa de 20% sobre esse valor nos casos de demissão sem justa causa, o governo busca avançar ainda mais na retirada de direitos dos trabalhadores.

A medida proposta é de que ao invés da possibilidade de retirar o valor integral e mais uma multa de 40% sobre esse valor os trabalhadores demitidos sem justa causa, por simples vontade das empresas que avançam cada vez mais em demissões em massa, tenham esse direito negado.

O que o governo quer aprofundar com essa medida é manter uma massa cada vez maior de desempregados e pessoas em situação de desespero completo, para que possam aceitar qualquer tipo de trabalho precário e que tenham que se submeter a condições degradantes de vida como foi o caso de Thiago Dias, entregador da Rappi que morreu enquanto fazia entregas.

Após a aprovação da reforma da previdência e de deixarem claro que esse foi só o primeiro passo para mais ataques neoliberais e precarização das nossas vidas o governo tenta essa manobra com o FGTS para dar a falsa sensação de que as pessoas terão um dinheiro a mais em suas contas. Mas até mesmo isso terá de ser limitado.

Não podemos deixar com que a crise seja descarregada em nossas costas, nas costas dos trabalhadores e da juventude que amargam o desemprego e a perda de uma geração inteira que trabalhará até morrer pela ganancia dos grandes empresários.

As centrais sindicais dirigidas pelo PT e pelo PCdoB – CUT e CTB – deixaram essa reforma passar e negociaram nosso futuro com a traição da greve geral do 14J para manter seus privilégios. A UNE dirigida pela juventude desses mesmos partidos – JPT e UJS – operou uma divisão de tarefas para conter o levante da juventude nos dias 15 e 30 e separando a luta contra os cortes na educação da luta contra a reforma da previdência, sendo que os jovens, principalmente as mulheres e os negros dessa faixa etária, são os mais afetados com a precarização do trabalho e pelo projeto do golpe institucional.

É preciso tirar lições da linha política dessas burocracias para que possamos aprender com as derrotas e traições e assim nos organizarmos para supera-las, pois sem um plano de lutas contra esse projeto de descarregamento da crise em nossas costas não será possível impor qualquer derrota ao governo e aos ataques.




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