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CAMPINAS | Sem converter indústria, secretário de Campinas diz: “podemos chegar a escolher quem usa respirador”

Ontem (17/3), o secretário da saúde de Dário, Lair Zambon, disse que se a alta de casos e internações mantiver o ritmo atual, os médicos poderão chegar ao ponto de ter de escolher quem vai ou não usar respirador. O aprofundamento da crise já em curso está anunciado, por que não há reconversão das fábricas de Campinas para garantir respiradores?

quinta-feira 18 de março de 2021 | Edição do dia

Segundo o presidente do Hospital Mário Gatti, Sérgio Bisogni, “estamos abrindo novos leitos de UTI e de enfermaria. Mas estamos chegando ao limite de espaço físico, de recursos humanos e de equipamentos para montarmos novos leitos”. A afirmação se dá num contexto em que passamos a marca de 3 mil mortes diárias no país e, ainda assim, membros do gabinete da Saúde de Campinas são denunciados por furarem as filas da vacina, esbanjando privilégios.

Ultrapassando 100 pessoas nas filas das UTIs, Campinas é um importante polo industrial do país. Ainda assim, na esteira da política negacionista de Bolsonaro e da irresponsabilidade de governadores golpistas como Doria, a prefeitura de Campinas também é parte de não haver reconversão industrial para a produção de respiradores e insumos para o combate à pandemia, buscando manter intocados os lucros capitalistas.

Após pactuarem estado e município pelo retorno inseguro das escolas, o que hoje resultou na triste morte de uma professora auxiliar de apenas 25 anos do Colégio Notre Dame, é evidente que os governos capitalistas que precarizaram a saúde por anos, sendo Dário a continuidade de Jonas que marcou seus mandatos com desvios de verbas nos hospitais, não podem dar saída à pandemia, somente responsabilizando a população que amarga fome e desemprego, com um novo auxílio completamente insuficiente de R$ 150.

Como afirma Flávia Telles, professora de Campinas: “Não vai ser com repressão policial ao povo pobre e negro, e sim com um programa que enfrente os lucros capitalistas, que Campinas e o país vão sair dessa crise. Para isso, além de vacinas e testes massivos, é preciso garantir contratações com todos os direitos na saúde, unificação do sistema hospitalar e reconversão industrial para a produção de todos os insumos necessários, sob controle dos trabalhadores. É preciso um plano de emergência, imposto pela luta. Para isso acontecer, é fundamental que as centrais sindicais saiam dessa “quarentena” para organizar a luta dos trabalhadores, podendo ainda abrir caminho para nossa classe alcançar patamares ainda maiores como a derrubada desse regime golpista, das reformas e privatizações. Ao invés de ficarmos aqui, aguardando a chegada de 2022 - como quer o PT agora com Lula elegível - enquanto vidas são rifadas todos os dias, é preciso a organização de todas as trabalhadoras e trabalhadores, com mulheres e negros na linha de frente, juntamente com a juventude, para fazer com que sejam os capitalistas que paguem por essa crise.”




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