Entrevista com um trabalhador da Mecano Fabril.
Santiago MarimbondoSão Paulo
Fábio NunesVale do Paraíba
segunda-feira 20 de fevereiro de 2017 | Edição do dia
Os trabalhadores e as trabalhadoras decretaram greve em agosto do ano passado exigindo o pagamento dos salários atrasados e até o momento não conseguiram receber. Já são sete meses sem salário e a empresa continua dizendo que não tem dinheiro e ameaça demitir todos os trabalhadores da fábrica. Um ataque brutal contra mais de cem famílias operárias.
O Esquerda Diário, a juventude Faísca e o Movimento Nossa Classe nos colocamos ativamente ao lado dos trabalhadores desde o início do processo, denunciando a patronal em nossos materiais e participando das assembleias e atos que ocorreram no final do ano passado no centro de Osasco. Apesar de todas as dificuldades, acreditamos que os operários e as operárias podem vencer, mas é preciso organizar, unificar e radicalizar a luta. O patrão está ganhando tempo e neste jogo os trabalhadores são os únicos que sofrem com a falta dos salários e a ameaça de demissão. Que os capitalistas paguem pela crise!
Entrevistamos um trabalhador da Mecano.
Esquerda Diário - A última proposta da empresa foi um verdadeiro "presente de grego".
Trabalhador - As coisas na Mecano não estão nada bem! Querem fazer um acordo onde demitem 100℅ dos funcionários e oferecem parte de uma fazenda no Paraná que teríamos que vender pra termos nosso dinheiro dos direitos. Isso tá dando o que falar pois um acordo com aproximadamente 170 pessoas fora o sindicato e a empresa é muito difícil de fechar, então convivemos com isso já faz sete meses.
Esquerda Diário - A greve na Mecano vai para o seu oitavo mês. Vocês continuam na porta da fábrica pressionando a empresa?
Trabalhador - As reuniões agora são no sindicato (Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região - Força Sindical) ou seja abandonamos a porta da fábrica e com isso sem fazer nenhum barulho fica muito mais difícil pra nós e muito mais cômodo pra Mecano...