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ESTADO ESPANHOL | Segue a resposta popular, estudantil e sindical contra a repressão do Governo na Catalunha

Massivas mobilizações em resposta às detenções dos 14 altos cargos da Generalitat (sistema institucional que se organiza politicamente na Catalunha) por parte da Polícia Civil. Entidades civis e organizações estudantis se concentram pelo direito de decidir e contra a campanha repressiva do Governo de Mariano Rajoy. Organizações sindicais de esquerda chamam greve geral

sexta-feira 22 de setembro de 2017 | Edição do dia

Foto: David Ruiz

Manifestações massivas ocorreram nesta quinta-feira, 21, diante da campanha repressiva do governo de Mariano Rajoy contra as aspirações pelo direito a decidir do povo catalão.

Na quarta-feira, 20, o epicentro das concentrações se manteve no departamento de Economia, onde a Guarda Civil esteve mais de vinte horas registrando a sede. Milhares de pessoas se concentraram até altas horas da madrugada, momento em que a Polícia Militar interviu duramente contra os manifestantes e possibilitou a saída dos agentes da Guarda Civil.

Ao meio dia de ontem começou uma nova concentração massiva convocada pelas entidades soberanistas, em que milhares de pessoas permaneceram ante o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, órgão judicial que emitiu a ordem de registrar diferentes departamentos da Generalitat e a prisão dos 14 cargos políticos vinculados com a celebração do referendum do 1-O (1º de outubro).

Tradução do espanhol para o português do tweet: “#Agora em #Barcelona milhares de pessoas concentradas frente ao TSJC. Gritos de ‘votarem, votarem i llibertat detinguts’”.

Nas portas do TSJC custodiadas por agentes da Polícia Militar, permaneceram plantadas uma infinidade de “esteladas” (bandeira da Catalunha) e uma multidão de pessoas seguiu chegando à convocatória. Entre os gritos que mais se escutavam, estava “votarem, votarem” e “libertat detinguts”. A reação popular neste 21 de setembro seguiu sendo massiva contra os ataques do Executivo de Rajoy contra o povo da Catalunha.

Diferentes dirigentes das entidades civis que dão apoio ao referendum do próximo primeiro de outubro (1-O) fizeram discursos. Jordi Sánchez, presidente da ANC (Assembleia Nacional Catalã) colocou que “estamos aqui para exigir a liberdade de todas as pessoas que na quarta-feira foram detidas” e assegurou que as pessoas ficariam na concentração multitudinária diante do TSJC até que se liberassem os detidos. Jordi Cuixart, presidente da associação Òmnium Cultural, fez o chamado de seguir com as mobilizações durantes os próximos dias e recordou aos detidos que eles “não estão sozinhos”.

A presidente do Parlamento da Catalunha, Carme Forcadell, também falou diante das milhares de pessoas concentradas e manifestou que “hoje estamos aqui para defender os direitos e as liberdades democráticas de nosso país. Estamos aqui para defender os detidos porque são servidores públicos. Trabalharam por nossos direitos. Queremos eles em casa. Queremos eles entre nós. Não pararemos até conseguir isso”.

Numerosos membros do Governo e da CUP (Candidatura da Unidade Popular), assim como representantes do Podemos, também estiveram presentes e falaram para as milhares de pessoas. Durante a tarde foi feita uma pausa até que as 17h30 reiniciou a concentração.

No mesmo sentido, na manhã de ontem foram realizadas numerosas concentrações nas faculdades convocadas pelo SEPC (Sindicato dos Estudantes dos Países Catalães) e pela USTEC (União Sindical dos Trabalhadores do Ensino da Catalunha). Uma resposta de milhares de estudantes contra a repressão do Governo central e em apoio ao referendum, acabando em um ato unificado na Universidade Autônoma de Barcelona. Seguidamente centenas de estudantes e organizações estudantil e de juventude, entre elas Não Passarão, Pão e Rosas e Corrente Vermelha seguiram com a convocatória e se dirigiram até o reitorado.

Na manhã de quinta-feira, além disso, os estivadores de Barcelona e Tarragona votaram em assembleia não prover serviços aos barcos que alojam a Guarda Civil e a Polícia Federal que estavam chegando para reprimir na Catalunha. O Governo de Rajoy enviou a Catalunha milhares de agentes da Guarda Civil e da Polícia Federal para reprimir e evitar o referendum do 1 de outubro. O recurso utilizado foi enviá-los em grandes barcos para se situarem nos portos catalães.

Diferentes sindicatos alternativos, como a CGT (Confederação Geral do Trabalho) e a IAC (Intersindical Alternativa da Catalunha) estão defendendo a convocatória de uma greve geral. Pela manhã de ontem, o Secretariado Permanente da CGT catalã apresentou um pré-aviso de convocatória de uma greve geral na Catalunha. A IAC também fez uma chamada à celebração de uma assembleia prevista para tarde de quinta-feira para ser convocada uma greve geral.

Desde a Corrente Revolucionária de Trabalhadores e Trabalhadoras (CRT), a agrupação de mulheres Pão e Rosas e a agrupação estudantil Não Passarão, também foi dado apoio a essas convocatórias, animando o resto das centrais sindicais de trabalhadores assim como aos centros estudantis a participarem dessa greve.

Além disso, diferentes concentrações no resto do Estado em solidariedade a Catalunha estão sendo chamadas desde quarta-feira. Mais uma amostra da repulsa contra a ofensiva reacionária do Governo espanhol e pelo livre direito de decidir.




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