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O caso e as imagens da menina de 16 anos estuprada por 30 homens chocou pela inconcebível desumanidade. A cultura do estupro e o sentimento de impunidade permanecem vigentes e legitimados por todos os governos. É urgente nos organizar em cada local de estudo e trabalho, para levar às ruas nossa indignação e revolta, pois se mexem com uma, nós organizaremos milhares.

Diana AssunçãoSão Paulo | @dianaassuncaoED

quinta-feira 2 de junho de 2016 | Edição do dia

A revolta e a comoção gerada pelo fato de que uma jovem de 16 anos foi estuprada por 33 homens, tendo sua imagem exposta nas redes sociais, afetou a todas nós. Impossível ficar calada ou aceitar que a vida seguisse normal, como se nada tivesse acontecido. Infelizmente sabemos que ela não foi a única e a cada 11 minutos um estupro acontece no país. Sabemos que os estupros e assassinatos são o "último elo" de uma enorme cadeia de violência contra as mulheres que se legitima e reproduz desde o Estado e suas instituições.

A cultura do estupro permanece vigente e é legitimada por esse governo golpista, que chama um estuprador confesso para se tornar conselheiro do ministério da educação, enquanto tenta criminalizar o debate de gênero nas escolas. Após anos de governo do PT abrindo espaço pra essa direita reacionária permitindo que hoje esteja mais fortalecida, não é um mero acaso que existam pessoas que se sintam à vontade para não só estuprar como publicizar isso pelas redes sociais, naturalizando a violência e a crueldade. Um recado claro dessa direita golpista e reacionária de que se somos estupradas e violentadas, a culpa é nossa, afinal, não estávamos no nosso lugar recatado e do lar.

Solidarizamo-nos com essa jovem e sua família, exigimos justiça para ela e para todas as vítimas de violência de gênero. Apoiamos todas as vítimas em suas denúncias contra os agressores e por isso propomos que todos esses crimes sejam julgados por juri popular e que esses juízes sejam eleitos. Sabemos que o fim da opressão a nós mulheres não virá deste Estado burguês que incentiva e protege a violência de gênero, enquanto revolucionárias nós do Grupo de Mulheres Pão e Rosas temos como perspectiva estratégica acabar com esse sistema.

Queremos um plano de emergência contra a violência as mulheres, como o apresentado pelo deputado do PTS na Frente de Esquerda dos Trabalhadores (FIT), Nicolas Del Caño, durante as fortes mobilizações por “Ni Una Menos”, na Argentina ano passado. A Lei Maria da Penha foi insuficiente para lidar com o problema da violência de gênero no país e agora com o governo golpista de Temer extinguindo a Secretaria de Igualdade de Gênero isso só deve piorar, já que um efeito imediato é extinguir também os recursos destinados a este tema. Ao mesmo tempo, que organizamos a mobilização nas ruas para enfrentar essa violência, não aceitando nenhum estupro a mais e nenhuma mulher a menos, devemos ter um plano de emergência que responda a situação imediata das mulheres com subsídios garantidos pelo Estado, acesso pleno à saúde de qualidade e gratuita e a criação de casas abrigo transitórias para as vítimas, tudo isso baseado na criação de impostos progressivos às grandes fortunas.

É preciso que todas as entidades estudantis, sindicatos, organizações feministas e de direitos humanos, bem como os parlamentares de esquerda se coloquem em luta contra os estupros e pela implementação desse plano de emergência contra a violência as mulheres. E nos espelhando nas mulheres argentinas que no dia 3 de junho farão mais uma grande mobilização “Ni Uma Menos” devemos nos organizar em cada local de estudo e trabalho, para levar às ruas nossa indignação e revolta, pois se mexem com uma, nós organizaremos milhares.

Venha compor o bloco Pão e Rosas POR TODAS ELAS nos atos!

São Paulo - 01/06 às 16h, no vão do MASP

Rio de Janeiro - 01/06 às 16h, na Cinelância

Belo Horizonte - 01/06 às 17h30, na Praça 7 de setembro




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