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CONUNE: UFMG | São eles ou nós: conheça a Chapa 4 da UFMG para o CONUNE 2019

A eleição de delegados para o Congresso da UNE na UFMG será no dia 5 de junho. Conheça as ideias da Chapa 4, formada pela juventude Faísca - Anticapitalista e Revolucionária, pelo grupo de mulheres Pão e Rosas e por independentes.

terça-feira 28 de maio de 2019 | Edição do dia

São Eles ou Nós - Chapa 4 UFMG Conune 2019

Somos dezenas de estudantes de vários cursos da UFMG, membros ou apoiadores da CHAPA 4 - SÃO ELES OU NÓS, militantes da Juventude Faísca - Anticapitalista e Revolucionária, do grupo de mulheres Pão e Rosas, do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT) e independentes. Por justiça para Marielle, lutamos contra o governo reacionário de Jair Bolsonaro, seus cortes nas universidades e sua reforma da previdência, e almejamos construir não apenas outra universidade, mas uma nova sociedade - o comunismo.

Queremos construir um movimento estudantil anticapitalista, antiburocrático, que responda aos ataques Bolsonaro e Zema com uma potente aliança entre trabalhadores e estudantes, usando nossos DAs, CAs e DCE como instrumentos de luta. Com essas ideias disputamos a eleição de delegados do 57º Congresso da União Nacional dos Estudantes, e queremos contar com o voto, no dia 5 de Junho, e a contribuição de cada estudante da UFMG nessa batalha cotidiana.

Uma só luta: contra a reforma da previdência e os cortes de Bolsonaro

Assim como as mulheres em todo o mundo se rebelam contra governos de extrema direita, a juventude no Brasil se levantou contra o reacionário governo Bolsonaro, a precarização da vida e da educação diante da crise capitalista internacional. Nos EUA, resgatamos a simpatia ao socialismo, na Argélia somos linha de frente na luta contra a ditadura, em vários países contra a destruição do meio ambiente. Estamos resgatando nossa história que mostra que a juventude pode incendiar a classe trabalhadora, como fez no maio de 1968 francês.

O último dia 15 de maio, quando mais de um milhão tomamos as ruas em todo país e em BH protagonizamos, junto aos professores, o maior dos atos, foi uma demonstração da força da educação em luta, e é por isso que Bolsonaro ataca em primeiro lugar não apenas as mulheres, os negros, indígenas e LGBTs, se aproveitando cruelmente das opressões para melhor explorar, mas professores e estudantes, por ser o setor crítico que melhor entendeu “o Brasil do golpe institucional”, com Lula ainda preso arbitrariamente. Agora precisamos de paralisações no dia 30 de Maio em uma só luta contra os cortes na educação e a reforma da previdência, e construir, com assembleias de base em todos os cursos, a maior paralisação em aliança com os trabalhadores da história da UFMG para o dia 14 de Junho.

O dia 30 seria muito mais potente se envolvesse todas as categorias de trabalhadores, para que mostrássemos ao presidente e seus ministros da educação e da economia que não aceitamos suas chantagens nem vamos escolher entre poder estudar ou nos aposentar. Mas não foi essa a política da UNE - principal direção do movimento estudantil e dirigida pela União da Juventude Socialista (UJS), Levante Popular da Juventude e Kizomba - que convocou o dia 30 sem pautar a (tão falada nas manifestações da direita no último domingo) Reforma da Previdência, cuja tentativa de aprovação unifica todas as diferentes alas do governo Bolsonaro.

As principais centrais sindicais - CUT, dirigida pelo PT, e CTB, dirigida pelo PCdoB - dizem que vão para as ruas neste dia, mas não tomaram nenhuma medida para parar sequer as escolas nacionalmente de maneira a unificar a juventude e os trabalhadores em todo o país contra os cortes e a Reforma da Previdência, desgastando a linha de frente das mobilizações e dando tempo para o governo se rearticular.

Precisaremos tomar em nossas mãos os rumos da maior mobilização nacional contra Bolsonaro, massificar e coordenar todos os locais em luta. Exigimos que a UNE conforme uma coordenação nacional com representantes eleitos em assembleias de base, pois essa é a única garantia que os estudantes podem ter de que toda sua disposição de luta seja usada para derrotar os cortes, a reforma e o governo de Bolsonaro, com a mesma ousadia que recentemente lutaram os coletes amarelos na França.

Nosso futuro não se negocia! Que os capitalistas paguem pela crise!

A reforma e os cortes são uma exigência do mercado financeiro internacional. O imperialismo que avança na América Latina (a exemplo da Venezuela, com a tentativa de golpe por Juan Guaidó, que rechaçamos sem prestar nenhum apoio a Nicolás Maduro) fala em alto e bom som pela boca de Donald Trump: sigam a lei de responsabilidade fiscal, privatizem, retirem direitos, equilibrem os cofres do Estado e sigam pagando religiosamente a dívida pública, para que o Brasil siga sendo o “quintal” dos EUA. Bolsonaro bate continência.

Que proposta alternativa a oposição do governo oferece aos trabalhadores e à juventude? A política que leva os partidos da oposição ao governo nas centrais sindicais e na UNE só tem uma explicação: estão dispostos a aceitar a educação como moeda de troca para a Reforma da Previdência. Uma enorme armadilha para dividir a juventude dos trabalhadores.

Ao contrário dos governadores do PT no Nordeste, ou de Tábata Amaral, não aceitamos uma reforma da previdência, mesmo que diferente da que propõe Bolsonaro. Diferente do PCdoB, que vê em Rodrigo Maia um aliado, sabemos que o “centrão” é um dos atores para conseguirem aprovar a Reforma da Previdência.

A oposição a Bolsonaro feita pelo PT, PCdoB e PDT se propõe desgastar Bolsonaro e não derrotar esse governo e seus ataques, permitindo que sigam sendo os trabalhadores e a juventude a pagar pela crise. Só há uma forma de não pagarmos pela crise que os capitalistas criaram e que Bolsonaro quer despejar sobre nós: unificar estudantes e trabalhadores para derrotar os cortes e a Reforma da Previdência.

Por uma universidade a serviço dos trabalhadores e do povo!

Não apenas é mentira que a previdência é o motivo da crise financeira, também é mentira que é preciso sucatear as universidades para investir em ensino básico. O valor gasto com o pagamento anual da dívida pública seria o equivalente ao orçamento de 513 UFMG. Ou seja, o orçamento nacional é enorme mas serve aos interesses do capital financeiro. São eles ou nós: pelo não pagamento da dívida pública!

Nossa luta começa contra todos os ataques, não só financeiros mas também ideológicos de Bolsonaro às ciências humanas, à autonomia universitária, e ao conhecimento crítico, mas não termina na defesa das universidades como são. Defendemos cada uma das conquistas a partir da luta dos trabalhadores, juventude e movimentos dos últimos anos contra qualquer ataque de Bolsonaro. E a cada defesa devemos estar preparados para enfrentar o projeto de destruição da educação e do futuro da juventude do atual governo. Lutamos pelas cotas proporcionais à população negra e indígena de cada estado, que no caso de Minas Gerais seria mais da metade das vagas. E que a juventude que entre possa permanecer, com assistência estudantil para todos que precisam, sem que altos funcionários decidam por nós sobre nossas necessidades Toda a juventude tem direito a estudar sem pagar por isso lutamos pelo fim do vestibular e pela estatização de todas as universidades privadas para aumentar as vagas públicas.

Quando dizemos são eles ou nós é porque não teremos mais as mesmas concessões como tivemos a partir de nossas lutas ao longos dos anos de governos petistas. Com o golpe institucional, vemos que os capitalistas mostram-se intransigentes contra nossos direitos. Por isso que contra os ataques de Bolsonaro também temos que lutar contra o aprofundamento das iniciativas privadas nas universidades e liberar o conhecimento a serviço dos interesses dos capitalistas que colocam seus lucros acima de nossas vidas. Nossas vidas valem mais que o lucro deles: por uma universidade a serviço dos trabalhadores e do povo!

Vemos com os cortes que os primeiros a sentirem na pele os cortes são as trabalhadoras terceirizadas, demitidas e as que ficam na UFMG ficam com sobrecarga de trabalho e inúmeros problemas de saúde para manter os prédios limpos porém sem condições de trabalho para isso. Basta de termos mulheres negras super-exploradas nas universidades ditas de excelência. Exigimos da Reitoria que cesse todas as demissões e recontrate as trabalhadoras demitidas. Lutamos pela imediata efetivação de todos trabalhadores terceirizados com os mesmos direitos e sem necessidade de concurso público.

São as famílias de Barão de Cocais ou os Capitalistas da Vale!

Enquanto não rompe a barragem Superior Sul e a lama não chega a Barão de Cocais, a Vale segue destruindo milhares de vidas, tal como em Mariana e Brumadinho. Os moradores da cidade vivem um caos, cuja expressão máxima são as tentativas de suicídio. A última vez que Romeu Zema falou sobre a Vale foi para defendê-la. Não aceitamos! É preciso tirar a mineração dos interesses do lucro e conduzir essa atividade para um modelo que não seja predatório, uma medida que deve ser acompanhada da diversificação da economia de Minas Gerais.

  • Total autonomia para a população decidir as medidas de proteção de suas vidas, com o auxílio de especialistas como os da UFMG!
  • Por um plano de obras públicas, financiadas pelo confisco dos bens da Vale, que reconstrua a cidade em uma área fora de risco!
  • Pela estatização da Vale sob gestão dos trabalhadores e controle popular, com representantes eleitos e revogáveis nas comunidades e universidades!

Por que eles ou nós?

Porque ou são os capitalistas e a destruição das cidades por lama tóxica ou somos nós, a juventude junto com os trabalhadores em aliança com os movimentos de mulheres, negros, LGBT, indígenas. Por isso que a nossa chapa defende a preparação de uma ampla paralisação nos cursos no dia 30 de maio como parte da batalha para construir a maior paralisação da história da UFMG junto aos trabalhadores na greve geral chamada pro 14J. E que o DCE exija da CUT, UNE e CTB, entidades das quais suas direções atuam dividindo nossas lutas, para que chamem paralisações no 30M em trabalhadores como parte de preparar uma forte greve geral no 14J, com assembleias convocadas nas bases das universidades, escolas, refinarias, fábricas, correios, bancos, do transporte público, de eletrecitários e todos os locais de trabalho.

Exceto nós, da juventude Faísca, grupo de mulheres Pão e Rosas e estudantes independentes que compomos a chapa SÃO ELES OU NÓS para as eleições de delegados para o Conune 2019, nenhuma corrente do movimento estudantil na UFMG batalha por essa perspectiva.

Nós, da chapa SÃO ELES OU NÓS, conseguimos participar graças ao apoio de dezenas de estudantes independentes que acreditam que o movimento estudantil deve ser antiburocrático. Usamos o portal de notícias Esquerda Diário para chegar mais longe, buscando romper com a lógica de separação da base e da vanguarda do movimento estudantil, discutindo amplamente sobre este congresso, denunciando cada manobra da majoritária e, na UFMG, do DCE. Agora, disputamos o processo de eleição de delegados para o 57º Conune com o objetivo de contribuir para construir um movimento estudantil antiburocrático, anticapitalista e aliado aos trabalhadores!

Apresentação da chapa: 03/06, 17 horas, Piscinão da EBA UFMG

Chamamos a todos os estudantes a confluírem conosco nesta batalha na UFMG, na assembleia geral de estudantes, nas assembleias de curso, no ato do dia 30 de maio, e a votar, no dia 5/6, na chapa SÃO ELES OU NÓS!




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