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TRANSPORTE PÚBLICO | São Bernardo do Campo realiza pente-fino nas gratuidades do transporte público

De acordo com informações disponibilizadas neste domingo pelo Diário do Grande ABC, o sistema de transporte público de ônibus em São Bernardo do Campo, responsável por transportar mais de 250 mil passageiros por dia, passará por novas revisões, bem como já se vem discutindo anseios a novos cortes de gastos e reorganização dos transportes.

segunda-feira 14 de agosto de 2017 | Edição do dia

De acordo com o governo da cidade, a culpa pela atual situação é decorrente da desorganização e falta de planejamento da antiga gestão. O cadastro da gratuidade, fornecido para idosos entre 60 e 65 anos, tem sido revistos com o objetivo de identificar custos extras aos cofres públicos com beneficiários que não se encaixam nas regras estipuladas pela legislação.

O diretor presidente da ETC (Empresa de Transportes Coletivos) de São Bernardo do Campo, Ademir Silvestre, afirma que a revisão é feita mensalmente nos cadastros e busca retirar das contas do município as pessoas acima dos 65 anos, que já devem ser beneficiadas pela gratuidade concedida no Estatuto do Idoso, devendo ser arcadas diretamente pelas empresas de ônibus. “O sistema de bilhetagem foi criado em 2007. Desde então, idosos entre 60 e 65 anos estão sendo contemplados pela legislação municipal, o que nos obriga a pagar esses custos à empresa concessionária. Porém, o que tem ocorrido é que encontramos muitas pessoas acima dessa idade no sistema, o que já deveria ter sido visto antes, pois gera um custo que não é nosso. O que vem sendo feito agora é que todo mês olhamos o cadastro, e se a pessoa passar dessa idade a tiramos do sistema.” Segundo o mesmo, na prática os idosos não serão afetados em nada. Ainda segundo Silvestre, na prática, a retirada não interfere em nada na gratuidade. “O usuário continua tendo o benefício, o que muda é que não será mais a Prefeitura que irá arcar com o gasto, mas a própria empresa.”

Conforme noticiado pelo Diário do Grande ABC, os mesmos afirmam que o crescimento desordenado do sistema de gratuidade do transporte coletivo do município, vem afetando a operação na cidade. Alegam que, o índice de pessoas que não pagam a tarifa, já chega a 30% dos usuários, sendo que 18% são referentes a estudantes e idosos.

Segundo Silvestre, a revisão dos benefícios, é parte da busca de mecanismos que dosem destes indicadores, afim de sobrar recursos para possíveis melhorias do sistema de transporte da cidade, que não de agora, é consenso entre a população, que é precário e falta organização acerca dos horários e inclusive das demandas.

“Os ônibus são bons e novos, mas aqui em São Bernardo ainda é muito difícil de você sempre pegar um ônibus no horário certo. Os motoristas desrespeitam isso sempre e nem tem fiscal para conferir essas coisas”, relata o coletor de resíduos Raimundo Soares, 64 anos.

De acordo com levantamento realizado durante a semana pela reportagem do Diário do Grande ABC, constata-se a insatisfação de grande parte dos usuários em relação as lotações dos coletivos nos horários de pico, “O pior de tudo é que justamente nesses horários parece que tem mais micro-ônibus, que cabem menos pessoas”, diz a agente de asseio Patrícia Rosa Pereira, 33.

As promessas da Prefeitura de Sao Bernardo do Campo é de que o problema seja resolvido ainda este mês, já que a administração substituirá todos os micro-ônibus que circulam atualmente pela cidade, por uma nova frota de carros categoria MID, carro intermediário com motor e chassi de ônibus padrão, porem com carroceria mais estreita e menor. O município ainda cita a implementação do aplicativo Partiu SBC, responsável por informar a chegada dos ônibus em tempo real através do Smartphone, colocando demagogicamente, que esta medida melhorara o serviço aos usuários.

Das expectativas demonstradas pela Prefeitura, é que sejam repassados neste ano, mais cerca de R$42 milhões de subsidio à SBCTrans, empresa concessionária, que apesar de milhões em investimentos do dinheiro público, junto a alta tarifa de R$4,20, de nada justificável pela qualidade do serviço, ainda assim, é incapaz de atender a toda a população de conjunto.

Somente a partir da organização dos trabalhadores e dos usuários do transporte, é que se poderá pensar um outro modelo de administração que de fato atenda aos anseios e necessidades da classe trabalhadora e da população num todo. Somente com a estatização dos transportes públicos sob controle dos trabalhadores e usuários, será possível acabar com a mafia dos transportes, que garantem lucros exorbitantes há poucos, em detrimento de toda a população que sem alternativas, é obrigada a pagar caro num serviço que é de direito, e elementar para se desenvolver socialmente em qualquer das outras áreas, como saúde, educação, trabalho, dentre outros.




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