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REFORMAS | Santander já faz pressão para que o próximo governo aplique a Reforma da Previdência

sexta-feira 8 de junho de 2018 | Edição do dia

Imagem: Javier Vásquez, Santander, Divulgação

Não há dúvidas de que o cenário econômico do país é complexo, o desemprego atingiu níveis absurdos e o governo de Temer mantém uma política de tirar dos de baixo para poupar os de cima.

Nesse cenário, com eleições presidenciais se aproximando, o economista-chefe do Santander, Maurício Molan diz que próximo governo não terá alternativas se não aplicar mais reformas, e caso isso não aconteça, pode se gerar desconfiança no mercado.

Na prática, o que isso significa é que o imperialismo está vindo com tudo para cima do Brasil, o próximo governo será pressionado pela burguesia imperialista a aplicar reformas para garantir seu lucro a todo custo.

O grande plano é a Reforma da previdência, que Temer bem quis aplicar, mas sua tamanha instabilidade e as demonstrações de força da classe trabalhadora como a greve geral de 28 de Abil do ano passado, adiaram esse plano. Segundo Molan existe um consenso entre os candidatos à presidência de que ela deve ser aplicada, apesar das diferenças políticas dos candidatos.

O problema de tudo isso é que Molan tem razão, nenhum candidato que se proponha a governar em 2019 terá muitas opções, a burguesia imperialista está exigindo a Reforma da Previdência, e para Molan só ela ainda não dará conta, segundo ele vai ser preciso reduzir gastos sociais para “quem realmente precisa”, o que na prática significa dizer que será necessário fazer cortes nos programas sociais.

Mas obviamente que além dessa saída, de um governo débil que entre em 2019 sendo obrigado a pagar a dívida pública, respeitar o teto de gastos, aplicar a Reforma, que tanto vem de fora que também foi “enviada” para os governos da França e Argentina aplicarem, e cortar gastos de programas sociais, existe uma única outra alternativa para fechar o saldo dessa crise.

Essa segunda saída não é apenas uma outra chance dentro dos marcos do regime, mas no lugar, prevê uma saída que seja diretamente a saída dos trabalhadores, que jogue de volta para a burguesia a alta conta a se pagar por essa crise. A única alternativa com essas características é o não pagamento da dívida pública. É por meio dela que se escoa para os EUA toda a riqueza do país, se trata de uma dívida criminosa que já foi paga na sua totalidade e depois disso apenas duplicou.

Mas para se levantar pelo não pagamento da dívida pública, não adianta se lançar como candidato dizendo que vai fazer “auditorias” como faz Boulos, e achar que vai conseguir dar um calote “por cima” por fora da luta de classes.

Ao contrário, é preciso de uma forte mobilização, com greves gerais fortes em todo o país que imponham essa ruptura com o imperialismo, exigindo também a estatização de todos os bancos sob o controle dos trabalhadores para impedir a fuga de capital.

E essa alternativa hoje só poderia ser chamada pelas centrais sindicais que dirigem grande parte dos trabalhadores do país, a CUT e a CTB, que no lugar disso, traem greve após greve, ato após ato, assembleia após assembleia a luta dos trabalhadores, como foi na greve de petroleiros, que poderia estar acontecendo ainda, exigindo a estatização total da PetroBrás sob controle operário e a redução do valor de todos os combustíveis sem aplicar subsídios, mas a FUP-CUT encerrou ela no meio dizendo que temia a multa prevista pelo TST.

Não dá para se conformar com esse imobilismo enquanto economistas da burguesia como Molan dão entrevistas dando o be-a-ba do que o imperialismo exige de quem quer que venha a governar no próximo ano. Essa crise não pode se fechar cobrando a conta da classe trabalhadora, mas sim deve ser arcada por aqueles que a criaram em primeiro lugar, que é a burguesia.

As centrais sindicais precisam romper desde já com esse imobilismo, chamando cada trabalhador a lutar com unhas e dentes pelo não pagamento da dívida pública, levando até às últimas consequências essa luta e fechando essa crise cobrando os custos de quem realmente a fez, que é a burguesia.




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