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LGBTFOBIA | Santander cancela exposição “Queermuseu” em Porto Alegre depois de protestos do MBL

Depois de protestos, que ganhou o MBL como adepto, a exposição “Queermuseu” que estava prestes a completar um mês em cartaz em Porto Alegre foi cancelada pelo Santander neste domingo, 10, com o argumento de que “desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas”.

segunda-feira 11 de setembro de 2017 | Edição do dia

Obra de Milton Kurtz

A exposição "Queermuseu — Cartografias da diferença na arte brasileira" estava prevista para acontecer até outubro, e era formada por 270 obras variadas que expressam a diferença na arte, com a diversidade de expressão de gênero, desde meados do século XX até a atualidade.

O curador da exposição era Gaudêncio Fidelis, que disse o jornal O Globo, que nem foi avisado pelo Santander sobre o cancelamento, teve essa informação apenas pela nota divulgada quando a exposição já havia sido cancelada.

“Não fui consultado pelo Santander sobre o fechamento. Fiquei sabendo pelo Facebook. Logo em seguida, recebi uma rápida ligação da direção do museu, em que fui comunicado da decisão. Perguntaram se eu queria saber a opinião do banco sobre o assunto. Respondi que não precisava, uma vez que a nota divulgada já dizia tudo”

Adriana Varejão, Alfredo Volpi, Cândido Portinari, Clóvis Graciano e Ligia Clark, eram alguns dos artistas que estavam sendo expostos, com pinturas, gravuras, fotografias, colagens, esculturas, cerâmicas e vídeos.

Os protestos contra a exposição diziam que seu conteúdo se referia a “depravação” e “pornografia”, “imoralidade” e “blasfêmia”, mostrando todo seu teor extremamente conservador, atacando a liberdade de expressão da arte e com a LGBTfobia como pano de fundo, já que estes, como o MBL, são os mesmos que defendem o “escola sem partido” para que nas escolas não haja debates referentes as questões de gênero e sexualidade.

O prefeito de Porto Alegre, Marchezan, também se posicionou sobre o assunto, compartilhando a nota do Santander e dizendo que a exposição mostrava imagens de “pedofilia e zoofilia”.

Exemplos de como nem o Santander, nem os governos, vão ser parte de defender uma arte livre, e muito menos debates sobre questões de gênero e sexualidade. Mas grupos de artistas e de combate a LGBTfobia já estão organizando para esta terça-feira um “ato pela liberdade de expressão artística e contra a LGBTfobia” em repúdio a esse absurdo, no centro histórico de Porto Alegre.




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