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Ataque à Cultura | Sambista Martinho da Vila será processado pelo presidente da Fundação Palmares

Na última segunda-feira (16) o presidente da Fundação Cultural Palmares, o bolsonarista Sérgio Camargo, publicou nas redes sociais que entrará com uma ação contra o cantor Martinho da Vila pedindo danos morais depois que o sambista o criticou durante entrevista ao programa Roda Viva.

quarta-feira 18 de agosto de 2021 | Edição do dia

Foto: Poder 360/Sérgio Lima

O presidente da Fundação Cultural Palmares afirmou que o artista teria ferido sua honra. Na postagem, Sérgio Camargo diz que além do pedido por danos morais ele ingressará também com outra ação, na esfera criminal, pelo que ele, chama de crime de racismo.

Na entrevista, Martinho disse que a Fundação teria sido "criada para tratar dos assuntos da cultura negra", mas agora comandada por "Camargo, bolsonarista radical" perde o sentido de sua criação. "Ele é um preto de alma branca, como se diz", continuou o sambista. E Martinho ainda colocou que, "No duro, ele gostaria de ser branco. Ele acha que ele é branco. Ele se sente branco. E ’tem que acabar com essas coisas todas de preto’".

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Como um exemplar capitão do mato do governo bolsonarista, o militante de direita Sérgio Camargo já afirmou que no Brasil não existe racismo, que a escravidão foi benéfica para os descendentes africanos e que o movimento negro precisa ser extinto. O presidente da Fundação Palmares é mais uma figura do governo Bolsonaro que serve para fortalecer essa narrativa ideológica, a que tenta hegemonizar uma ampla inversão de valores históricos, negando o antagonismo das classes sociais e os frutos das lutas da humanidade.

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Camargo já chegou a chamar o artista Gilberto Gil de "parasita da raça negra no Brasil" e o próprio Martinho da Vila, dizendo que ele "deveria ser mandado para o Congo, por ser um vagabundo".

Sérgio Camargo que já usou o aniversário da abolição para publicar textos insultando e mentindosobre Zumbi dos Palmares também já publicou agradecimento ao ex-secretário nazista Roberto Alvim. A lista de absurdos é grande e passa ainda pela idolatria à princesa Isabel e por insultas ao cabelo crespo.

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